A positividade tóxica e o otimismo saudável são visões distintas da vida. Ao compreendermos suas diferenças, fazemos escolhas que contribuem para o bem-estar
Por Letícia Deps
Em um mundo dominado pelas redes sociais e pela busca incessante pela felicidade, a positividade se tornou um mantra quase obrigatório. Mas será que toda positividade é realmente benéfica? Essa é a pergunta que vem intrigando psicólogos, neurocientistas e, cada vez mais, a população em geral.
Imagine uma vida onde a tristeza, a raiva e o sofrimento são sentimentos proibidos, que devem ser reprimidos a todo custo. Essa é a realidade da positividade tóxica, onde um sorriso forçado mascara a dor, nos afasta da realidade e pode afetar a saúde mental, aumentando a ansiedade, depressão e estresse.
Em contrapartida, o otimismo se baseia na crença de que, mesmo diante dos desafios, podemos encontrar soluções e alcançar nossos objetivos. O otimista reconhece as dificuldades, mas mantém a esperança e a capacidade de resiliência. Essa visão realista e positiva da vida está associada a diversos benefícios, como melhor saúde física e mental, maior produtividade e relacionamentos mais satisfatórios.
A ciência por trás da mente positiva
A neurociência nos ajuda a entender os mecanismos cerebrais por trás da positividade e do otimismo. Estudos demonstram que o cérebro possui um sistema de recompensa que é ativado quando experimentamos emoções positivas. Essa ativação libera dopamina, neurotransmissor relacionado à felicidade e ao bem-estar.
A boa notícia é que o otimismo pode ser aprendido e cultivado. Algumas dicas simples para desenvolver uma mente mais positiva incluem:
• Praticar a gratidão: Reconheça e aprecie as coisas boas da sua vida, grandes ou pequenas. Um simples “obrigado” pode fazer toda a diferença.
• Cercar-se de pessoas positivas: O ambiente social influencia muito o nosso estado de espírito. Rodeie-se de pessoas otimistas e que te inspirem.
• Cuidar da saúde física: A prática regular de exercícios físicos, uma alimentação balanceada e um sono de qualidade contribuem para o bem-estar mental e físico.
• Aprender com os erros: Os erros são oportunidades de aprendizado e crescimento. Não os veja como fracassos, mas como ferramentas para se tornar mais forte e resiliente.
A positividade tóxica e o otimismo saudável representam duas visões distintas da vida. Ao compreendermos as diferenças entre elas e as bases neurocientíficas por trás da mente positiva, podemos fazer escolhas conscientes que contribuam para o nosso bem-estar mental e para uma vida mais plena e significativa.
Todos nós experimentamos emoções negativas em algum momento da vida. O importante é aprender a lidar com elas de forma saudável e construtiva. O otimismo pode ser a bússola que te guia em direção à felicidade e ao sucesso, mesmo na era digital.
Letícia Deps é neuroarquiteta – membro da Academia Norte Americana de Neurocîência aplicada a Arquitetura- ANFA nos capítulos San Diego-EUA e Brasil.