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sexta-feira, 3 maio, 2024

Pesquisadores encontram novo ecossistema na costa do ES

Batizado com o nome de “Colinas Coralinas”, o ecossistema tem peixes, corais e até espécies de tubarões que estão em extinção

Por Kebim Tamanini

Pesquisadores da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) descobriram um novo tipo de formação geológica na costa do Espírito Santo. Os estudos revelam um recife que abriga uma grande variedade de biodiversidade, exclusivo e que não pode ser encontrado em nenhuma outra região da Terra. O novo ecossistema recebeu o nome “Colinas Coralinas”, devido ao seu formato de monte.

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“Apesar de existirem locais de pesca lá, o local ainda não é muito conhecido; poucos pescadores se aventuram a ir a essa distância”, explica o pesquisador colaborador da Ufes e do Centro de Biologia Marinha da USP (CebiMar/USP), Hudson Pinheiro.

Devido ao seu posicionamento geográfico, os pesquisadores relatam que a nova descoberta se assemelha em relação à composição de sua biodiversidade com as da Ilha da Trindade, localizada também na costa do Brasil.

Nas Colinas Coralinas, podem ser encontradas algas que podem chegar a 60 metros de altura. Além disso, peixes, corais e tubarões também fazem parte desse ecossistema. O isolamento geográfico possibilita que espécies ameaçadas de extinção em outras regiões possam se abrigar nas colinas, como os tubarões-lixa (Ginglymostoma cirratum), que são 14 vezes mais numerosos na região do que em outros locais da costa.

“O tubarão-lixa é uma espécie encontrada em ambientes mais rasos e de fácil captura. Ela é superpescada e, por isso, está ameaçada de extinção. Tem um crescimento lento, gera poucos filhotes e tem várias características que a fazem suscetível a esse status”, esclarece Pinheiro.

Proteção

A região descoberta é rica em calcário, devido à composição das algas coralináceas, e, com isso, desperta interesses de mineradores em extrair o mineral. Contudo, os pesquisadores revelam que, caso seja realizado esse procedimento, os danos podem ser irreversíveis, pois destruiria todo o fundo do mar e toda a biodiversidade ali presente. O Brasil solicitou aos órgãos internacionais a expansão da zona territorial marinha para preservar esse novo ecossistema.

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