Greve começou na segunda-feira (15) com o sindicato dos professores exigindo recomposição salarial
Por Kebim Tamanini
Professores da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) e do Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes) aderiram à greve desde segunda-feira (15). A classe afirmou que os portões das instituições ficarão fechados até a próxima sexta-feira (19). A paralisação se junta a mais de 20 unidades federais de ensino em todo o país, com outras sete previstas para aderir na próxima semana.
Com as atividades suspensas na universidade, o Restaurante Universitário (RU) permanece em funcionamento, garantindo refeições aos alunos durante os horários de almoço e jantar. Os auxílios estudantis concedidos pelo Programa de Assistência Estudantil da Ufes (Proaes-Ufes), bem como as bolsas, serão mantidos, afirmou a instituição.
A decisão de manter os portões fechados foi comunicada pela Associação de Docentes da Ufes (Adufes) por meio das redes sociais. Além do RU, os grevistas asseguram o funcionamento da Escola Experimental localizada dentro do campus de Goiabeiras, que pertence à Prefeitura de Vitória.
Os gestores da Ufes fizeram um apelo aos representantes do comando de greve dos docentes, enfatizando o livre acesso à universidade como essencial. “Essa universidade é pública. É um direito de todos ter acesso a ela”, afirmou o pró-reitor de Políticas Afirmativas e Assistência Estudantil, Antônio Carlos Moraes. A pró-reitora de Graduação, Cláudia Gontijo, reforçou a importância desse acesso livre.
Motivo da Greve
As associações sindicais de docentes das duas instituições federais no estado reivindicam um reajuste salarial de 22,71%, dividido em três parcelas iguais nos anos de 2024, 2025 e 2026. Por outro lado, o governo federal propôs um reajuste zero para este ano e dois reajustes de 4,5% para os anos seguintes.
Insatisfeitos com o aumento salarial de 9% concedido pelo governo em 2023, os sindicatos demandam uma recomposição de salários corrigida pela inflação ainda este ano. O governo federal propôs reajustes em benefícios como auxílio-alimentação, assistência pré-escolar e saúde suplementar, mas as negociações foram condicionadas à interrupção imediata da greve, proposta rejeitada pelos sindicatos.