Ufes e Ifes terão greve de professores a partir de segunda (15)

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Docentes votaram por aderir o movimento nacional de greve, que tem início nesta segunda (15) - Foto: Divulgação

Docentes sindicalizados de instituições federais de ensino superior e médio do ES decidem por deflagração de greve a partir da próxima semana

Por Otávio Gomes*

Professores da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) e do Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes) decidiram entrar em greve por tempo indeterminado. O prazo começa na próxima segunda-feira (15).

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Associações sindicais de docentes das ambas instituições federais no Estado reivindicam reajuste salarial de 22,71%, dividido em três parcelas iguais em 2024, 2025 e 2026. Já o governo federal propõe reajuste zero este ano, e dois reajustes de 4,5% em 2025 e 2026.

O movimento grevista articulado pelo Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes) vai afetar universidades e institutos federais de vários estados da federação. Na terça-feira (9), reunião do Setor das Instituições Federais de Ensino Superior do Andes, realizada na sede do sindicato em Brasília, que reuniu docentes de 34 seções sindicais da rede federal deliberou pela deflagração de greve nacional nas universidades federais, institutos federais e cefets a partir da próxima segunda-feira (15). A decisão foi aprovada por 22 votos favoráveis, 7 contrários e 5 abstenções.

Também na terça-feira, professores da Associação dos Docentes da Ufes (Adufes) realizaram assembleia-geral para decidir a adesão da Ufes à greve. A reunião ocorreu na sede da Adufes, no campus de Goiabeiras. 123 docentes votaram por aderir o movimento nacional proposto pelo Andes, enquanto outros 65 votaram a favor da permanência do estado de greve, mas sem data para o início.

Os sindicatos se dizem insatisfeitos com o aumento salarial de 9% dado pelo Governo Federal em 2023 e demandam uma recomposição de salários corrigida pela inflação já neste ano. Na quarta-feira (10), o Ministério da Gestão e de Inovação em Serviços Públicos reabriu a Mesa Nacional de Negociação Permanente (MNNP) na tentativa de negociar as demandas sindicais com representantes da Andes.

O Governo propôs reajustes no auxílio-alimentação, que passaria de R$ 658 para R$ 1000, na Assistência Pré-escolar, de R$ 321 para R$ 484,90, e reajuste de 51% no valor per capita da Saúde Suplementar. A Mesa ainda condicionou a continuação das negociações à interrupção imediata do movimento de paralisação dos serviços públicos, proposta negada pela bancada sindical.

A Adufes foi representada na reunião pela presidente da Associação, Ana Carolina Galvão, e a secretária-geral do sindicato, Andréa Dalton. Segundo o sindicato, o reajuste nos auxílios não compreende as demandas da categoria, que exige “a revogação de medidas que atacam o serviço público e a educação, investimento nas políticas de permanência das/dos estudantes, além de melhorias das condições de trabalho, carreira e recomposição salarial”.

*Estagiário sob supervisão de Erik Oakes