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sexta-feira, 26 abril, 2024

Os significados das atitudes de Putin e de seus apoiadores

“O que acontece em um dissemina-se para outros como rastilho de pólvora. O Brasil não escapará. Choque inflacionário é um deles”

Por Arilda Teixeira

O cenário que se formará na economia mundial, após o presidente da Rússia anunciar que quer transformar a Ucrânia em território russo, com ou sem a autorização dos Ucranianos, certamente prejudicará a economia brasileira.

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Sua atitude, uma estupidez, vai disseminar uma multiplicidade de efeitos em todos os países porque os mercados mundiais estão integrados – o que acontece em um dissemina-se para outros como rastilho de pólvora. O Brasil não escapará. Choque inflacionário é um deles.

Mas, ainda não se pode indicar como esse imbróglio terminará, nem quanto e como afetará a economia brasileira.

Sabe-se, com o benefício do ex-post, que confrontos bélicos, como o que Putin está protagonizando agora, destruíram economias; cercearam e/ou eliminaram direitos de cidadãos; disseminaram pobreza e desigualdade social – ou seja resultaram em atrasos econômicos e institucionais.

Até final dos anos 1990, a economia mundial não era internacionalizada. Agora, no Século XXI, é. E o sendo, a cadeia produtiva está integrada mundialmente. Esse status quo faz acertos e erros de decisões de caráter econômico e financeiro, dispersarem-se pelos mercados como rastilho de pólvora.

Sendo lucrativo e economicamente estável, atrai investimento produtivo e financeiro para o país. Caso contrário, esses investimentos saem em busca de mercados mais estáveis e rentáveis.

Resumindo, o atual padrão de economia mundial não combina com instabilidade nos mercados de bens e financeiros – qualquer que seja sua origem. Previsibilidade é indispensável para a tomada de decisão. É nesse ponto que se interpõe o imbróglio de Putin com a Ucrânia e os rumos tomados pela economia mundial (e brasileira).

A atual conjuntura da política internacional não é uma fatalidade. Nem o Putin é o Estadista que dissimula ser. O conflito da Euroasia tem nome e sobrenome. Ganância e Arrogância; sustentadas por Estupidez e Intransigência.

Seria facilmente bloqueado se a Ordem Econômica Mundial, delineada em Bretton Woods tivesse evoluído no compasso das necessidades econômicas e sociais mundiais. Seus estatutos atualizados ao longo dos anos, e o nível de civilidade dos cidadãos mundiais tivesse aumentado na proporção dos econômicos trazidos pelo progresso técnico desde o Pós-Guerra.

A Ordem Mundial de Bretton Woods trouxe o FMI, o Regime de Câmbio Flutuante e a abertura da Conta Capital – uma inovação. Concomitantemente, as rodadas de negociação do GATT, construíram a regulamentação para um Comércio Mundial sem barreiras.

Essas Instituições deveriam levar a mercados econômica, financeira e socialmente avançados. Mas, a OMC não consegue chegar a um acordo sobre tarifas; e o FMI é emprestador cobrir déficits de Balanço de Pagamentos.

A condescendência dos organismos multilaterais, abriu espaço para que os déspotas encontrassem agissem como Chefes de Estado através de conflitos armados que mataram milhões de pessoas.

Na esteira desse processo proliferaram as falhas/omissões institucionais do Estado brasileiro. No início dos anos 2000, o Brasil não tinha competitividade para acompanhar a economia mundial. Em 2022, ainda sem competitividade, está refém dos desdobramentos do conflito da Russia, sobre o seu mercado.

Arilda Teixeira é economista e professora da Fucape Business School.

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