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sábado, 27 abril, 2024

8 de Março: luta por inclusão precisa ser todos os dias

Não só no mês da Mulher é imperativo compreender e colocar em prática o protagonismo de mulheres em cargos de liderança

Por Andrezza Rosalém

Março, mês da mulher. Em todo o globo, o dia 08 é comemorado de forma a prestar homenagens à classe feminina. Muitos, ainda que equivocadamente, acreditam que registrar a data resume-se a flores e bombons; outros, acham que um dia de “folga” das tarefas do cotidiano ou um convite para jantar em um bom restaurante, por exemplo, faz jus à data.

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O Dia Internacional da Mulher, porém, precisa ser visto para além de gestos de cavalheirismo: é necessário entender que a mulher, mesmo sendo maioria numérica no mundo, ainda tem vários obstáculos a enfrentar, principalmente se levarmos em conta o papel feminino na pesquisa científica e nos cargos de liderança.

De acordo com dados da PNAD Contínua de 2021, a população brasileira era composta por 51,1% de mulheres e 48,9% de homens. Porém, essa proporção é inversa ao observarmos o acesso a essas posições de comando. E esse fato não acontece por causa da falta de capacidade: as mulheres são maioria nos cursos superiores. Por outro lado, recebem em média 25% a menos do que os homens.

O mundo corporativo e o ambiente de pesquisa podem (e devem) trabalhar e amadurecer para que a diversidade nas lideranças seja uma meta. Um local inovador é um lugar de diferenças positivas que geram melhores ideias e soluções. E essa multidisciplinaridade precisa também considerar, além da desigualdade de gênero, as disparidades de raça e classe social.

No Dia Internacional da Mulher é imperativo compreender e colocar em prática o protagonismo de mulheres em cargos de liderança, de gerência, buscando garantir a empregabilidade não somente em funções historicamente ocupadas pelo feminino, mas posições em pé de igualdade com aquelas tradicionalmente reservadas, mesmo que de forma velada, aos homens.

E existem bons exemplos dessa empregabilidade com qualidade colocada em prática. A Oppen Social é um instituto capixaba, de cunho científico, que trabalha com pesquisas, ciências de dados, estudos e avaliações que auxilia empresas e organizações comprometidas com desenvolvimento social. A equipe é formada por mais de 60% de mulheres, que estão na pesquisa, nos dados, na estratégia, na comunicação, nos recursos humanos, na administração, na gestão e, principalmente, na liderança, seja da empresa ou nos projetos.

A luta pela inclusão, igualdade e segurança para as mulheres precisa ser debatida e construída não somente no mês de março e neste dia 8, mas durante todo o ano. As conquistas femininas na sociedade têm sido importantes, mas ainda existem desigualdades que já deveriam ter sido superadas há muito tempo, como a disparidade salarial entre homens e mulheres e o fato da mulher ter dupla ou tripla jornada de trabalho.

Essa realidade só vai ser mudada quando cada um de nós nos engajarmos na luta feminista. Enquanto houver mulheres subjugadas em função da sua condição, todos temos que ser feministas, e infelizmente ainda estamos longe disso ser ultrapassado. Como escreveu a nigeriana Chimamanda Ngozi Adichie, “feminista é a pessoa que acredita na igualdade social, econômica e política dos sexos”.

Andrezza Rosalém é Mestre em Economia pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) e CEO da Oppen Social. Também foi diretora-presidente do Instituto Jones dos Santos Neves. Atuou no Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento no Brasil (PNUD BRASIL), na UNESCO, no Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e no Banco Mundial.

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