25.9 C
Vitória
sexta-feira, 3 maio, 2024

Economia brasileira: sobra conjuntural e falta estrutural

Capital Humano é chave para ligar o Progresso Técnico que habilitará a economia brasileira para se encaixar na rota do desenvolvimento estrutural

Por Arilda Teixeira

Ainda que se esteja sob a sombra do guarda-chuva de início de Legislatura, quando se admite mais retórica do que atitude nas falas de Governo, a sinalização do que se ouve dessas falas sobre como encaixar a economia brasileira no(s) rumo(s) do desenvolvimento, está longe do necessário.

- Continua após a publicidade -

Pelo que se vê, neste momento, desenvolvimento não é a meta do Governo Lula. Estamos em março e não se ouviu uma frase sua que mencionasse o termo Mudança Estrutural – aquela que modifica qualitativamente a estrutura produtiva.

Se agora, no início de Legislatura, Lula não fez do desenvolvimento estrutural uma de suas metas, é porque isto não está entre as prioridades de seu Governo – infelizmente. Menção sobre desenvolvimento, quando se ouve, é dispersa, inconclusa e ambígua.

Tal fato é preocupante, porque, sem mudança estrutural, o Brasil permanecerá na lanterna das economias de mercado do século XXI.

Estamos no 3º mês do Governo Lula, e nada foi dito sobre o vexatório Sistema de Ensino Básico Público do País – que deveria ser o berço em que se geraria os embriões de Capital Humano para o País – e que, por sua vez, seria o antídoto ao analfabetismo funcional que sustenta um baixo nível de renda; e dissemina desigualdade social.

O Capital Humano é a chave para ligar o Progresso Técnico que habilitará a economia brasileira para se encaixar na rota do desenvolvimento. Entretanto, não se faz esse encaixe com retórica política e sem Capital Humano.

Qualidade de Ensino é uma necessidade urgente para o País iniciar sua mudança estrutural e caminhar em direção ao desenvolvimento. Mas, no Brasil, o Sistema de Ensino (Público, em especial; mas o Privado também não fica muito atrás) é insuficiente. Principalmente o Público Básico. Com raríssimas exceções, formam analfabetos funcionais.

Não há desenvolvimento em País com analfabetismo funcional.

Ainda que o Chefe de Estado respeite as instituições da República, este não sinaliza projeto para mudanças estruturais da economia brasileira. Só retórica. Insuficiente para levar às referidas mudanças.

A economia brasileira precisa de atitudes/decisões, que a direcionem para uma mudança estrutural.

A série temporal da Formação Bruta de Capital Fixo (FBKF)/IBGE de 2010 a 2022, indica que, entre 2010 e 2012, houve queda sistemática no volume de FBKF – em 2010 caiu 17,9%; em 2011 caiu para 6,8%; 2012 caiu para 0,8; 2013 subiu para 5,8 (portanto não recuperou as quedas desde 2011). Entre 2014, 2015, 2016 e 2017 houve queda da FBKF, respectivamente, -4,2 -13,9 e -12,1.

Mas, esse período foi atípico – porque a Presidente enfrentava processo de Impeachment. Entretanto, ela também nunca tratou/mencionou a questão estrutural do desenvolvimento do País.

Em 2022 a FBKF cresceu 0,9%; em 2021 16,5%; 2019, 4%; 2018, 5,2%; 2011 16,5%; e 2010 -1,7%;

Essas estatísticas alertam a pouca atenção que Estado e a Plutocracia no Brasil dão para a estrutura produtiva.

A Legislatura do Presidente Lula deveria incluir, executar, e concluir mudanças estruturais na economia brasileira. Caso contrário, arrisca ser um pária dentre aqueles que compreendem a diferença entre Conjuntura e Estrutura, para as economias de mercado.

Arilda Teixeira é doutora em Economia da Indústria e da Tecnologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e mestra em Economia pela Universidade Federal Fluminense. Coordenadora dos cursos de Gestão Estratégica de Negócios e de Gerenciamento de Projetos, da Pós-Graduação da Fucape Business School. É coordenadora do Projeto PIBIC FUCAPE.

Entre para nosso grupo do WhatsApp

Receba nossas últimas notícias em primeira mão.

Matérias relacionadas

Continua após a publicidade

EDIÇÃO DIGITAL

Edição 220

RÁDIO ES BRASIL

Continua após publicidade

Vida Capixaba

- Continua após a publicidade -

Política e ECONOMIA