25.5 C
Vitória
quarta-feira, 27 março, 2024

Obrigado Lula…

Antes de formar qualquer opinião, por favor leia o texto abaixo.

Por Joe Conti

“Sabemos que vai levar tempo até limpar toda essa sujeira, mas agora sabemos qual a direção queremos que nossa nação caminhe.”

- Continua após a publicidade -

Quando algo acontece conosco que muda tudo, altera o equilíbrio, tira aquela sensação de segurança que foi conquistada depois de algum tempo, ficamos meio sem saber se continuamos, ou gritamos por socorro. Depois muita indecisão e dúvidas, resolvi escrever esse texto e venho aqui para agradecer ao Lula e a esquerda brasileira.

Não estou sendo sarcástico nem tão pouco deixei de ser conservador e de direita. Verdade que ainda fico um pouco chateado quando me chamam de fundamentalista, negacionista, terraplanista, extremista, … mas tenho certeza que vai passar. Minha gratidão me fará esquecer os insultos.

Mas, por quê, nessa altura do campeonato, eleições chegando, relatório da CPI condenando Deus e o mundo, a imprensa comunista em crise de abstinência de verbas públicas, dando moral ao Sr. Renam como se ele e o Sr. Aziz fossem também as almas mais honestas deste país, eu agradeceria ao Lula e a esquerda? Resposta: se não fosse o discurso precipitado do Lula e da esquerda dividindo o país entre “nós” e “eles”, levaríamos décadas e mais décadas para chegarmos aonde chegamos.

Não tenho dúvidas de que os países mais desenvolvidos chegaram socialmente aonde chegaram depois de muitas idas e vindas, depois de muitas dores e lágrimas. Pagaram um preço pela evolução, anulando os erros e mantendo os acertos, insistindo por caminhos desconhecidos até encontrar a solução para o crescimento ético e moral que os levou ao desenvolvimento de uma sociedade que sabe o que quer e não renuncia aos valores fundamentais importantes como o respeito pelas diferenças, a tolerância com os contrários e liberdade pelas opiniões.

Até 3 anos atrás, nós brasileiros ainda estávamos no limbo da evolução social. Não tínhamos ideia de como avançar para uma sociedade minimamente consciente, perdidos no mato e sem cachorro, foi então que veio o Lula e a esquerda e nos forçaram a entrar no caminho dicotômico do “nós contra eles”. Por mais de 30 anos torcemos para que ninguém mexesse nosso mingau. Dizíamos: “tá ruim, mas tá bom”. Aceitávamos a situação com um conformismo brasileiro acreditando que poderia estar pior, e com certeza continuaríamos dando um jeitinho a cada eleição, e a vida seguiria seu curso por muitas outras décadas.

O mar da esquerda no Brasil e na América do Sul estava de almirante, nada nem ninguém poderia atrapalhar nem impedir que o pensamento gramsciano traçado na década de 80-90 fosse ameaçado por qualquer acidente de percurso. Todos os agentes desse plano estavam devidamente tomados e dominados, desde a mais simples creche até a maior universidade, do mais simples juiz do interior à mais alta corte brasileira, o STF, desde Serra da Saudade com seus 781 habitantes à São Paulo, onde a ética e a moral seriam sempre defendidas pelo desejo do “partido” na certeza de que tudo que beneficia tal pensamento é certo e tudo que se contrapõe é crime. Tudo estava dominado, precisavam apenas de mais uma eleição, mais 4 ou 8 anos no poder para tudo se concretizar.

Nem Dirceu, em seus desvarios totalitários, nem ninguém poderia imaginar, que a eleição do Bolsonaro poderia colocar todo o plano a perder. Como acreditar que todo trabalho de 30 anos, meticulosamente arquitetado e executado com tanto sucesso, poderia ser dissolvido como uma neblina da manhã, só porque o Bolsonaro ganhou a única eleição que a esquerda não poderia ter perdido?

Mas não é a eleição do Bolsonaro o ponto central que no futuro a história haverá de registrar como o “ponto de inflexão” da curva e sim o desespero da esquerda em agir grotesca e neofitamente, acreditando que a força da doutrina de Gramsci estava profundamente arraigada em todos os espectros da sociedade brasileira e que todos nós obedeceríamos cegamente a uma ordem dada pelo “partido”.

Não obedecemos e o Bolsonaro, com facada e tudo foi para o segundo turno. Foi nesse ponto que baixou o desalento. O poste de Lula não convencia a população. A imprensa militante se desesperou e, como minha mãe dizia, a emenda foi pior do que o soneto. Partiram para o “nós” contra “eles”. Nós nunca fomos contra ninguém. Na verdade, éramos uma massa inodora, incolor e invisível. Aceitávamos tudo sem qualquer questionamento, queríamos continuar ir aos domingos à igreja, ver nosso time do coração jogar bola, trabalhar duro e tirar 30 dias de férias por ano em alguma praia do nordeste, comprar um carro novo com 96 prestações e pagar os juros de 400% do cartão de crédito, mesmo que a inflação estivesse em 10%.

De repente a massa de “joãos e marias ninguéns” se tornou “eles”. Nós não pedimos isso, não queríamos isso, porém vimos de uma hora para outra, nosso mundinho pacífico e descompromissado cair. Adorávamos votar no PSDB pois era o partido do “muro”. Ficar em cima do muro era o nosso lugar preferido. Mas a turma do “nós” nos expulsou do muro e não nos deixaram cair para a esquerda … só sobrou a direita. Mas quando caímos, verificamos que aquele era o nosso lugar, sempre sonhamos com aquele lado do muro, sabíamos tudo sobre esse lado e, apesar da surpresa, encontramos ali quase a maioria dos “eles”.

Precisava apenas deixar a vergonha de lado e assumir, de uma vez por todas, que esse lado do muro é nosso e que tudo que tem aqui nos agrada e combina com nossas crenças e princípios. Nesses últimos 3 anos começamos a perder o medo de dizer que somos da direita e muitos ainda estão assustados de como passamos tantos anos em cima do muro, quantos anos de omissão e descaso para com nossa nação. Eles só chegaram aonde chegaram por causa de tantos anos de omissão.

Se o “nós” não nos tivesse agredido, achincalhado, desprezado, se a Folha ou a Globo não tivesse batido pesado querendo destruir desesperadamente tudo aquilo que cremos e apoiamos, com toda a certeza ainda estaríamos lá, em cima do muro, esperando um milagre do céu para nossa nação. Mas hoje, sabemos o que queremos. Sabemos o que não queremos. E não é o STF ou o judiciário corrupto, o Congresso tendencioso, a imprensa militante, ou um partido político imoral quem define o que queremos. Sabemos que vai levar tempo até limpar toda essa sujeira, mas agora sabemos qual a direção queremos que nossa nação caminhe. Acordamos e apesar da sujeira, estamos dispostos a limpar nossa casa.

Espero que você concorde comigo. Sou forçado a agradecer, apesar de estarmos em lados opostos,  ao Lula, que se não fosse por ele, os “eles” (nós) ainda estaríamos no muro e o “nós” (eles) ainda estariam ensinando o pensamento gramsciano em nossas escolas, formando nossos juízes corruptos, elegendo nossos políticos coniventes apoiados por uma imprensa militante.

Hoje descobrimos nossa identidade e sabemos quem somos e nos orgulhamos disso. Evoluímos socialmente em 3 anos mais do que a Europa em 100 anos! Isso é muito bom!

Joe Conti é engenheiro, consultor, empresário e escritor

Mais Artigos

RÁDIO ES BRASIL

Continua após publicidade

Fique por dentro

ECONOMIA

Vida Capixaba