PL “perdeu” candidatos em Vila Velha e Cachoeiro de Itapemirim e vê pré-candidato em Vitória preso a mando do STF
Por Robson Maia
A prisão preventiva decretada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) do deputado estadual Capitão Assumção na última quarta-feira (28), pode ser vista por muitos como um prejuízo para o PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro e presidido pelo senador Magno Malta no Espírito Santo. Contudo, o episódio envolvendo o militar pode significar um fortalecimento para a legenda visando o próximo pleito eleitoral.
Assumção não é um “golpe” isolado para as pretensões do PL para as eleições municipais. Em outras prefeituras consideradas estratégicas para a disputa de 2024, a legenda “perdeu” dois pré-candidatos. Em Vila Velha, o veterinário Thiago Oliveira do Nascimento, então pré-candidato pelo partido, foi preso acusado de extorsão e lavagem de dinheiro com criptomoedas em operação conduzida pelos órgãos de segurança.
Já em Cachoeiro de Itapemirim, Região Sul do Espírito Santo, o partido viu sua principal aposta abdicar da vida política para se tornar padre. O vereador Junior Corrêa, pré-candidato à prefeitura municipal, anunciou a saída da política para se dedicar ao sacerdócio, resultando num pequeno “baque” para o partido.
Em Vitória, a prisão de Assumção de forma repentina pode parecer um contratempo às pretensões partidárias, contudo, a decisão do ministro Alexandre de Moraes pode servir como um impulso ao discurso adotado pela legenda. Alegando perseguição e “censura” por parte do poder judiciário, a guerra de narrativas pode favorecer o lado bolsonarista com a prisão do deputado.
O analista político Darlan Campos acredita que as pretensões do partido não serão prejudicadas como um todo pelo episódio, mas sim poderão ser reforçadas. Ele acredita que os resultados do PL no Espírito Santo serão expressivos no próximo pleito.
“A história recente do PL tem muitos desafios. Não é uma linha retilínea, mas uma linha turva. No entanto, tem dado bons resultados. A expectativa para 2024 é que o PL vai ter um bom resultado em todo o Brasil, e a tendência é que o PL no Espírito Santo tenha um resultado melhor do que teve do ciclo passado. Esses contratempos podem colocar alguma dificuldade, mas a tendência ainda é de crescimento do PL comparado com o último ciclo municipal”, analisou Campos no cenário geral.
Campos frisa que Assumção pode se tornar um mártir para o discurso bolsonarista, saindo mais fortalecido do episódio envolvendo a prisão.
“Ainda carece de maiores informações, mas houve um sentimento de estranhamento por parte do Parlamento Estadual, que faz muita diferença para o Capitão Assunçã. O fato de ter sido uma ação protocolada pelo Alexandre de Moraes fortalece o discurso do PL, fortalece para a sua base o discurso de perseguição, seja para Bolsonaro, seja para membros do PL. Então, de alguma forma, [a prisão] não piora a situação para o PL e nem para o Capitão Assumção. Para quem é da base, para quem já é militante do PL, do bolsonarismo, se fortalece o discurso de perseguição. Para quem não é, continua tendo uma imagem negativa nesse sentido”, conclui o analista político.
