O Brasil continua a ser o maior produtor e exportador mundial de café, tendo exportado, em 2023, cerca de 39,2 milhões de sacas para 121 países
Por Fabiano Tristão
No dia 24 de maio, celebra-se o Dia Nacional do Café, homenageando uma das maiores paixões dos brasileiros. O café, consumido por todas as classes sociais e idades, simboliza hospitalidade, convívio, história e tradição no Brasil. Além de proporcionar uma rica diversidade de aromas e sabores, o café é uma fonte abundante de antioxidantes e compostos bioativos que promovem a saúde e o bem-estar das pessoas. Essa combinação de prazer sensorial e benefícios nutricionais torna o café essencial na vida cotidiana dos brasileiros.
Para compreender a relação do brasileiro com o café, é necessário revisitar a história dessa cultura no país. A partir da segunda metade do século XIX, o café tornou-se o principal produto de exportação do Brasil, impulsionando o desenvolvimento econômico e financiando grandes obras de infraestrutura, como estradas de ferro e portos. Esse período, conhecido como o “Ciclo do Café”, transformou as fazendas cafeeiras em centros de poder e riqueza.
No entanto, o colapso do mercado cafeeiro durante a Grande Depressão na década de 1930 e a crise do café na década de 1950 provocaram uma transformação na economia brasileira, levando à diversificação dos setores produtivos e à busca por novas fontes de receita.
Apesar das mudanças econômicas ao longo dos anos, o café permaneceu como um símbolo da identidade nacional brasileira e uma parte essencial da cultura e economia do país. Atualmente, o Brasil possui uma área de produção de café estimada em 1,87 milhão de hectares, com uma produção em 2023 estimada em 55,07 milhões de sacas beneficiadas.
Esta produção é realizada em aproximadamente 264 mil estabelecimentos rurais, predominantemente formados por agricultores familiares. O Brasil continua a ser o maior produtor e exportador mundial de café, tendo exportado, em 2023, cerca de 39,2 milhões de sacas para 121 países. Os estados maiores produtores de café são Minas Gerais, que responde por 55% da produção total, Espírito Santo com 25,85%, e São Paulo com 9,3%.
A cultura cafeeira no Brasil não é apenas uma importante fonte de renda, mas também desempenha um papel crucial na preservação ambiental e na sustentabilidade. Muitos produtores têm adotado práticas de cultivo sustentável, buscando reduzir o impacto ambiental e promover a conservação dos recursos naturais. Além disso, a produção de café envolve milhões de trabalhadores, contribuindo para a geração de empregos e o desenvolvimento de comunidades rurais em todo o país. A cafeicultura também promove a diversidade e inclusão, com mulheres e jovens participando ativamente da cadeia produtiva.
Neste contexto, o Dia Nacional do Café dever ser um momento para celebrar essa paixão nacional e reconhecer sua importância socioeconômica e ambiental. Que este poder transformador do café nos inspire a construir juntos um futuro mais próspero e sustentável para o Brasil.
Fabiano Tristão é engenheiro agrônomo especialista em café e coordenador de cafeicultura do Incaper