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sábado, 27 abril, 2024

Novos modelos de trabalho: o maior vilão para atrair e reter os melhores talentos

Líderes e empresários terão que administrar seus negócios dentro da perspectiva de uma sociedade do consumo e da produtividade em constante transformação

Por Peter Noronha

O número de pessoas desempregadas em todo país continua alto. São cerca de 8,9 milhões, segundo dados do IBGE. No entanto, diversos setores da economia têm encontrado dificuldades para recrutar trabalhadores e, sobretudo, reter a mão de obra treinada e já incorporada à dinâmica da empresa. A que se deve essa flagrante incoerência? A resposta está nas mudanças tecnológicas e comportamentais que criaram novos modelos de trabalho e hoje fazem concorrência aos empregos formais ofertados pelas empresas tradicionais.

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A dificuldade vivenciada pelos empregadores ocorre em todos os níveis, sendo ainda mais acentuada nos cargos operacionais, atingindo em cheio o segmento de serviços e comércio, por exemplo. Este nicho tem como desafio a concorrência direta com modelos de trabalho que oferecem ganho de renda compatível com o potencial de remuneração do mercado formal.

Os novos modelos de trabalho estão bastante pulverizados. Temos os mais comuns, como as plataformas de transporte e entregas, além de aplicativos financeiros. Mas também há outras formas de ganho de renda oportunizadas pelo potencial de alcance das redes sociais e aplicativos de mensagens, onde as pessoas produzem e divulgam seus produtos e serviços, alcançando um número expressivo de clientes com um investimento baixo ou perto de zero – o que era inimaginável há uma década.

O resultado deste movimento é o número cada vez mais crescente de empreendedores individuais no país, com salto expressivo na última década, sobretudo no pós-pandemia. Só no ano passado, foram abertas, em média, 7,2 mil empresas por dia. Esse é o novo cenário e não há como escapar dele. Líderes e empresários terão que atuar e administrar seus negócios dentro dessa perspectiva de uma sociedade do consumo e da produtividade em constante transformação.

É necessário perceber as mudanças e se conscientizar que, na atualidade, as pequenas, médias e até grandes empresas competem constantemente com novos modelos de trabalho. A mão de obra operacional, sobretudo aquela com mais escolaridade, tem demonstrado cada vez menos tolerância. Isso significa que está mais propensa a mudar de emprego ao menor sinal de descontentamento com a gestão e encontra no mercado multifacetado opções de rentabilidade que suprem suas demandas financeiras e emocionais.

Parece clichê, mas o bom clima organizacional, que inclui a construção de um plano de carreira e maior atenção às demandas do colaborador, é a chave para se tornar competitivo frente às oportunidades do mercado de trabalho informal. Afinal de contas, 70% do potencial de crescimento sustentável das empresas está em seu capital humano. Ainda que muitos acreditem na automatização dos processos, o ser humano permanecerá indispensável na jornada de produção e prestação de serviços nas organizações.

Peter Noronha é psicólogo corporativo, consultor e partner do GPTW.

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