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quinta-feira, 2 maio, 2024

Mulheres comandam mais de 223 mil negócios no Estado

As donas de negócio já são 36,57% do empresariado capixaba e a maioria possui entre 35 e 54 anos

A participação das capixabas no mundo empresarial vem aumentando ao longo dos anos, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD-C), realizada pelo Instituto Estadual de Geografia e Estática (IBGE).

No primeiro trimestre de 2021, existiam 210.233 empresárias (35,3%) no Espírito Santo. Atualmente, conforme a última PNAD-C, elas já são 36,57% do empresariado capixaba, 223.285 mulheres.

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Perfil da Empreendedora Capixaba

Além disso, a maior parte das donas de negócio no Estado possuem entre 35 e 54 anos, são 114.233 mulheres (51,16%). Outra característica das capixabas é que a maioria (89,8%) trabalha por conta própria e apenas 10,19% delas são empregadoras.

Os três setores em que elas mais se destacam são, respectivamente: Alojamento e Alimentação (60,91%), Educação e Saúde (58,77%) e a Indústria (58,42%), segundo os dados da PNAD-C. No comércio as mulheres não são maioria (49,68%), mas estão em maior número em relação a outros segmentos.

No time das empreendedoras capixabas está Julia Netto, que teve a ideia da sua empresa de sabonete vegetais durante o Empretec, ministrado pelo Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Espírito Santo (Sebrae/ES), em 2015.

Da Psicologia ao Empreendedorismo

Na cozinha da casa dos pais, surgiam os primeiros produtos da Dona Eva e uma nova direção para vida profissional da empreendedora, recém-formada em psicologia. “Eu estava totalmente perdida no que eu deveria fazer profissionalmente e estava tentando várias coisas ao mesmo tempo. A produção de sabonetes a princípio era uma forma de fazer uma renda até que eu conseguisse entender para onde eu deveria caminhar, mas percebi que a Dona Eva me ajudava a desenvolver muitas habilidades, e resolvi me dedicar mais um tempo a essa atividade”, conta Julia.

Desde então, já foram seis anos de empresa, ultrapassando a barreira dos 21,6% dos micro e pequenos empreendimentos que fecham antes mesmo de completarem cinco anos de atividade no país. Neste período, a empreendedora foi buscando capacitações, e a Dona Eva crescendo, ganhando forma.

“O Sebrae sempre foi um grande parceiro. No início tive dificuldades para entender e resolver questões que eu não tinha conhecimento. Solicitei análises e suporte de diversos profissionais de várias áreas e tive respostas que me ajudaram a entender como eu deveria seguir e construir a empresa de forma que ela pudesse crescer estruturadamente”, conta Julia.

Expansão do Ateliê

“Eu não sabia que era um grande feito. Fui descobrir que iniciar uma empresa quase do zero era uma grande conquista com o tempo, quando percebi que pequenas empresas iniciavam com um investimento cem ou duzentas vezes maior, entendi que eu estava construindo algo diferente do que era comum”, conta.

Em 2017, ela conseguiu montar o primeiro ateliê para produções personalizadas e criar uma linha fixa de cosméticos. Os anos seguintes foram de planejamento para uma nova mudança: levar a Dona Eva para São Paulo, mas sem deixar as raízes. Tudo precisava funcionar de maneira coesa para atender clientes em Vitória e São Paulo, sem contar a parte burocrática, onde mais uma vez o Sebrae se fez presente na trajetória da empresa.

Mulheres comandam mais de 223 mil negócios no Estado
Julia Netto ficou dois anos planejando a expansão de sua empresa. Foto: Divulgação/Sebrae-ES

“Foram dois anos planejando a expansão para que a Dona Eva pudesse dar esse passo. E o Sebrae foi um super parceiro nesse momento! Acreditar sempre foi o lema. Sempre houve a certeza de que o caminho seria longo, mas com o sentimento que tudo faria sentido”, relembra Julia.

Enfim, em 2021, a expansão aconteceu e hoje, a Dona Eva, empresa capixaba, também tem uma sede em São Paulo. Para Julia, que destaca o desenvolvimento pessoal e profissional a partir do empreendedorismo, a dica é seguir a intuição e acreditar.

“É natural ter altos e baixos, animar e desanimar, focar e desfocar. O ritmo não precisa ser acelerado, o importante é continuar caminhando e descobrindo novas saídas. E está tudo bem falhar, faz parte do processo. Sou uma pessoa que acredita que não existe uma história de vitória sem muito esforço e resiliência”, finaliza Julia.

Seminário para Empreendedores

Assim como Julia Netto, muitos outros empreendedores também já foram capacitados pelo Empretec, que oferece seis dias de imersão. O seminário já está com uma nova turma para começar no dia 28 de março.

“O momento da virada para quem empreende está no comportamento. E descobrir o potencial das características empreendedoras que temos é descobrir que podemos muito mais. Para alcançar esse autoconhecimento, todo mundo que empreende deveria ter seu momento de imersão no Empretec”, destacou a analista do Sebrae/ES, Deisimara Rodrigues.

Ela complementou: “O resultado é o desenvolvimento das características do comportamento empreendedor e a oportunidade de vivenciar mudanças em como você compreende as coisas e age no dia-a-dia da empresa, revendo os próprios conceitos e atitudes”.

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