Por Arilda Teixeira
O Estado Brasileiro sempre está pronto para ajudar os amigos do Poder. Dessa vez, criou o Ministério do Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte.
Almoços grátis estão garantidos enquanto se sustentar esse Castelo de Areia aprovado em
13/09/2023. Mais um espaço para justificar o uso indevido do dinheiro dos Cidadãos Contribuintes. Agora sob o argumento de assegurar igualdade de condições entre agentes econômicos, para estimular o Empreendedorismo. Quem colocou esse jabuti em cima do muro?
Qual (is) argumento(s) o(s) sábio(s) da Administração Pública Federal apresentaram para
justificá-lo?
É necessário financiar micro e pequenas empresas exportadoras brasileiras dos setores de
Indústria, Comércio, Serviço e Agricultura. Por quê?
Argumento: somente 2% dessas empresas exportam; e a tendência global é priorizar o
mercado doméstico.
Como exportações trazem divisas para o País; exportar é um meio para adquirir bens e/ou
serviços dos mercados externos.
Portanto, estimular a exportação é um meio para estimular o crescimento doméstico.
Entretanto, a história econômica brasileira já mostrou que não é o subsídio estatal que
impulsiona crescimento e/ou capacidade para exportar de uma economia, através de
criação de Ministérios – como o do Empreendedorismo.
É qualidade e preço do produto exportado; e não “assistência” de Governo.
É eficiência do processo produtivo, devido à qualidade do Capital Humano de suas
Instituições, inclusive as de Ensino.
Quando o padrão de alfabetização torna-os capazes de interpretar o ambiente em que
estão, eles serão capazes de sobreviver no mercado de trabalho através do uso de seus
conhecimentos; seguindo suas vocações; sem recorrer aos auxílios estatais.
Saberão cumprir tarefas que lhes forem designadas; porque têm raciocínio lógico.
É nesse ambiente que nascem os empreendedores. E não nos Ministérios forjados para a
Plutocracia.
Se um país quer “incentivar” exportações – principalmente de micro e pequenas indústrias
– deve gerar oportunidades para que o espírito empreendedor se mostre. É ele que
impulsiona mudanças e crescimento sustentado.
Vem dos Sistemas de Ensino Básico, com professores que ensinam; pedagogos que
acompanham e cobram tarefas de alunos e professores; que garante que estudantes
concluam o Ensino Básico Alfabetizados; com condições cognitivas para interagir no
mercado de trabalho. Saberão usar seu “espírito empreendedor” para otimizar seu
desempenho.
Uma economia evolui com conhecimento, civilidade, e sem clientelismo de Estado. Para
Micro e Pequenas Empresas Industriais-Exportadoras brasileiras tornarem-se competitivas
precisam avançar seus níveis de conhecimento. Esta é a rota para ampliar capacidade para
exportar e usar o espírito empreendedor para crescer.
Não é criando Ministério para Micro e Pequenas Empresas Industriais que o Brasil alcançará
o potencial exportador competitivo. É nível de conhecimento e de Civilidade. Sem conveniências e arranjos políticos, a economia brasileira encontrará instrumentos para
competir no mercado externo.
Arilda Teixeira é economista e escreve todas às terças-feiras em ES Brasil
