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sexta-feira, 6 DE dezembro DE 2024

Metaverso não existe

Como vamos conseguir levar também o Metaverso ao seu máximo potencial se o que temos hoje são apenas pequenos microversos desconectados entre si?

Por Andrea Miranda

Até há alguns dias, em uma busca no Google com a palavra “Metaverso” apresentava na primeira página de resultados a pergunta “Quem é o dono do Metaverso” e ao clicar devolvia assim de bate pronto: Mark Zuckerberg. Bom, isso está errado de tantas maneiras que resolvi escrever.

Primeiro pela pergunta: poxa, ninguém é o dono do Universo, então como alguém poderia ser o dono do Metaverso? Mas espera, o que uma coisa tem a ver com a outra? Bem, se a gente conceituar que no Metaverso tem tudo o que tem no mundo real, só que digital, começa a fazer mais sentido né?

Segundo que se não estiver integrado, conectado com seus pares, não pode ser chamado de Metaverso. Uma andorinha só não faz verão!!

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Pense num ambiente digital, com pessoas digitais, vivendo uma vida digital. Assim, como se você acordasse e já estivesse com seus óculos de realidade virtual, se olhasse no seu espelho digital e visse seu avatar, fosse para a escola ou trabalho virtual, ou fosse dar uma zapeada nas redes, entrasse no Meta e bingo: chegou no Metaverso do Zuckerberg, que é uma partezinha do seu dia, e, portanto, uma partezinha do Metaverso. Assim como o Facebook é uma partezinha do seu universo. Sacou?

Ocorre que o Mark está fazendo uma das coisas que ele faz melhor, que é marketing, a ponto de você achar que o Metaverso era dele. E não é. Ele criou o Metaverso da Meta Company. Para ser Metaverso mesmo, precisaria ser um ambiente no qual pudéssemos ter todas as coisas integradas, na qual o seu avatar pudesse sair da área do Facebook e entrar na área do Google com a mesma facilidade que você troca de aba no seu navegador.

Quando em 1992 começaram a surgir os primeiros provedores pelo mundo, criando a semente do conceito atual de internet, não tinha a minha internet, nem a internet do Fulano. Juntou a turma da Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear (CERN) e rapidamente sentiram a necessidade de definir algumas regras e protocolos de acesso, para que todo mundo pudesse se beneficiar coletivamente dessa invenção que viria a mudar a nossa forma de nos conectarmos com o mundo. Nascia assim, pelas mãos do Tim Berners-Lee, o World Wide Web Consortium (W3C), cujo lema é “Levar a Web ao seu potencial máximo”.

E como vamos conseguir levar também o Metaverso ao seu máximo potencial se o que temos hoje são apenas pequenos micro versos desconectados entre si? Se o Fortnite, o Meta do Zuckerberg e os outros Metaverso todos não se integrarem, formando um Metaverso de verdade, estaremos todos fadados ao fiasco do Second Life (alguém lembra dele?).

Bem que o Mark Zuckerberg, que tem tanta vontade (necessidade, desejo…) de ser o grande nome do Metaverso, poderia liderar a iniciativa de criar um W2MC (o World Wide Metaverso Consortium), né?

Andrea Miranda é Cientista de Computação, com mais de 30 anos de experiência em TI aplicada ao marketing digital e publicidade. Além disso, é co-fundadora e CEO da STANDOUT, martech referência em trade marketing digital e auxilia marcas e indústrias a falarem diretamente com os seus públicos no último ponto de contato digital, que é a página de produtos dos e-commerces.

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