Financiamentos imobiliários cresceram 20% nos nove primeiros meses de 2024
Por Kikina Sessa
O mercado imobiliário se manteve aquecido no decorrer de 2024. Os financiamentos habitacionais concedidos pelos principais bancos cresceram mais de 20% nos nove primeiros meses do ano, quando comparados com o mesmo período de 2023. Houve também um aumento no número de lançamentos, no percentual das vendas e no número de unidades em construção.
“O mercado imobiliário está muito bom para o comprador. Há muito produto, em muitos bairros. Estamos em um bom momento, surfando a onda que começou em 2020 e foi ganhando força. Como toda onda, ela passa, os estoques diminuem, as opções ficam escassas. Mas vamos entrar 2025 ainda nessa onda”, destaca José Luís Galvêas Loureiro, sócio-fundador da Galwan Construtora e Incorporadora.
A alta da Selic, a taxa básica de juros, que não sofria alteração desde agosto de 2022, não é boa notícia, mas não assusta o setor. “Acreditamos que este ajuste deverá ser rápido para que no último trimestre do ano que vem as taxas voltem a cair. Importante ressaltar que os principais bancos continuam com funding para concessão de financiamento bancário em 2025, cujos montantes já previstos representam pelo menos o que foi orçado para 2024”, disse Eduardo Fontes, presidente da Associação das Empresas do Mercado Imobiliário do Espírito Santo (Ademi-ES).

Valorização
Nos últimos quatro anos, o Espírito Santo tem se destacado no cenário imobiliário brasileiro com um crescimento notável que atrai tanto investidores quanto novos moradores. Esse avanço é resultado de uma combinação de fatores, como a estabilidade econômica, a qualidade de vida e a constante melhoria da infraestrutura local.
Um exemplo dessa valorização é o bairro Jockey de Itaparica, em Vila Velha. Novos empreendimentos residenciais e comerciais têm surgido, transformando o bairro em um ponto de interesse para investidores e para famílias que buscam moradia.
Alguns fatores contribuem para impulsionar a sua valorização. Entre eles, a infraestrutura em desenvolvimento, como a pavimentação de ruas, a construção de novas escolas e a ampliação dos serviços de saúde.
A localização estratégica também é um ponto que merece destaque. Situado próximo a importantes vias de acesso, oferece fácil mobilidade para outras regiões de Vila Velha e Vitória. O bairro atraiu um dos maiores empreendimentos residenciais da história do Espírito Santo.

O Taj Home Resort possui um VGV superior a R$ 1,4 bi, em um total de 390 unidades de 3 e 4 suítes com área privativa variando de 156 m² a 295m², em um terreno com quase 31 mil m², sendo 21 mil m² de lazer, o empreendimento também contará com um Beach Club exclusivo e um padrão de acabamento e serviços.
“Imóveis bem localizados, com preço dentro da realidade, passam bem por crises, pois os investidores migram para ativos seguros, sólidos. Assim, mesmo que a onda perca força no decorrer de 2025, as construtoras que estiverem bem estruturadas financeiramente, oferecendo produtos bons e justos, vão seguir com lançamentos e boas vendas”, analisa José Luís Galvêas.
Vice-presidente da Ademi-ES, Alexandre Schubert comenta que “o contexto que se apresenta hoje revela o futuro promissor do mercado imobiliário no Jockey de Itaparica. Com a continuidade dos investimentos em infraestrutura e a crescente demanda por imóveis, a valorização deve continuar nos próximos anos”.


Já a capital, Vitória, deteve uma série de novos lançamentos e manteve aquecido o mercado secundário (negociações diretas pelos proprietários), além do segmento de locações.
“Vitória é uma cidade com território reduzido, entretanto, dispõe de localizações muito qualificadas. Acrescente-se que a ilha tem alto IDH (Índice de Desenvolvimento Humano), alta renda média per capita, alto PIB per capita, boa infraestrutura e regulações seguras”, destaca Schubert.
Esse contexto estimula o investimento em imóveis, dado que é um ativo que representa segurança e valorização.
Posto isso, os imóveis em Vitória mantiveram-se com valorização muito atrativa e com ótimo desempenho em liquidez, tendo os bairros Praia do Canto, Barro Vermelho, Enseada do Suá e Mata da Praia como os mais valorizados.
Preço metro quadrado
A 43ª edição do Censo Imobiliário, realizado pelo Sindicato da Indústria da Construção Civil (Sinduscon-ES), relativo ao primeiro semestre de 2024, novamente demonstra que os preços médios de imóveis residenciais em oferta no mercado primário na Grande Vitória são, de modo geral, mais altos em Vitória, seguidos de Vila Velha e Serra. A única tipologia em que o metro quadrado é mais alto em Vila Velha é a de um quarto, sendo R$ 14.850 em Vila Velha e R$ 14.003 em Vitória.
O preço médio do metro quadrado chegou a R$ 20.051 em Vitória, na tipologia de quatro quartos ou mais. Enquanto que em Vila Velha a mesma tipologia registrou o preço médio de R$ 13.943, enquanto que na pesquisa anterior, esse preço chegou a R$ 13.626 em Vila Velha e R$ 16 mil em Vitória.
Já o menor preço médio foi registrado na tipologia de dois quartos, no município da Serra, R$ 6.166. Na pesquisa anterior, estava em R$ 5.313.
*Esta matéria foi publicada originalmente na revista ES Brasil 225, publicada em dezembro. Leia a edição completa da Retrospectiva 2024 aqui.