Estado conta conta com o Plano Estadual de Proteção e Defesa Civil e também o “Sistema Alerta!” pra facilitar a preparação e prevenção de desastres
Por Rafael Goulart
Na luta contra os desastres provocados pelas fortes chuvas que historicamente atingem o estado, as prefeituras e o Governo estão investindo mais de R$ 1 bilhão em obras, equipamentos e serviços para prevenir os desastres e facilitar no resgate das vítimas.
Para ajudar no socorro às vítimas dos desastres provocados pelas chuvas, o Governo do Estado entregou drones e pick-ups para os municípios.
Além disso o Estado conta conta com o Plano Estadual de Proteção e Defesa Civil (Pepdec) e também o “Sistema Alerta!” pra facilitar a preparação e prevenção de desastres causados pela chuva.
“Estamos realizando diversas obras de contenção, macrodrenagem e remoção de casas em áreas de risco”, destacou o governador Renato Casagrande no evento de entrega dos drones e veículos aos municípios.
Vila Velha
Em macrodrenagem o maior volume investido foi feito pela prefeitura de Vila Velha em conjunto com o Governo do Estado, com R$ 500 milhões que ainda estão sendo investidos em macrodrenagem.
Com o investimento, nove estações de bombeamento de águas pluviais vão se juntar e compor um sistema inteligente de interligação que será ativado por uma central remota. O município estima ainda precisar de mais R$ 200 milhões para um total de 200 intervenções em 103 setores da cidade a fim de sanar os problemas causados pela chuva.
Além disso, o município mantém um trabalho permanente de limpeza de 42 quilômetros de canal, de onde saem quase 5 toneladas de lixo em entulho por dia. A prefeitura investirá mais R$ 35 milhões por ano na contratação de uma empresa que realizará limpeza profunda nos canais.
Vitória
Em Vitória há mapeado pela Defesa Civil Municipal 67 áreas de risco alto ou muito alto e estão sendo investidos R$ 551 milhões em obras de macrodrenagem, contenção de encostas, reconstrução de imóveis afetados e serviços de socorro e remoção de famílias de área de risco.
Os munícipes de Vitória que tiveram a casa totalmente ou parcialmente pelas chuvas contam com os programas Programa Casa Feliz e Segura e Programa Reconstrução, que já entregaram 138 casas.
Cariacica
Em Cariacica, a prefeitura investiu 16 milhões em muros de contenção e aplicação de geomantas em áreas de risco. Em Colatina, a prefeitura já investiu R$ 11,2 milhões em obras de contenção de encostas.
Aracruz
A Prefeitura de Aracruz, por meio da Gerência de Defesa Civil, informa que mesmo com um baixo histórico de ocorrências desastrosas no município, o poder público vem investindo na contenção dos riscos em áreas vulneráveis, principalmente nas de inundações, como a realização de obras mitigadoras em várias localidades, como muros de arrimos, limpeza e desassoreamentos em rios e canais, além da obra da macrodrenagem da Grande Bela Vista.
O município também promove ações preventivas como palestras em escolas, monitoramento nas áreas de riscos, vistorias em residências precárias e em taludes de cortes e encostas, além de alertas via mídias oficiais e locais sobre a previsão de precipitações, ventos fortes ou temporais.
Serra
A Serra possui um Plano Municipal de Redução de Risco (PMRR), que é um mapeamento realizado no município com o objetivo de conduzir políticas públicas de prevenção. Como parte deste plano, o município realiza rotineiramente o monitoramento das áreas classificadas como risco geológico, campanhas educacionais para melhorar a percepção de risco, simulados de preparação.
Paralelo a isso, promove esforços para captar recursos e executar obras estruturantes para mitigar o risco instalado nas áreas mapeadas. Junto a isso, a Prefeitura da Serra, por meio das equipes de fiscalização, atua rotineiramente para prevenir as ocupações irregulares que resultam em moradias em áreas de risco.
No nível operacional, no que diz respeito as ações de preparação e reposta, a Serra conta com o Plano de Contingência, um plano municipal de proteção e defesa Civil, no qual estão dispostos organizadamente todos os recursos disponíveis no município e os procedimentos a serem tomados no caso de eventos adversos com potencial de se tornarem desastres.
Como resultado dos trabalhos do Plano Municipal de Redução de Risco (PMRR) e a aplicação do Plano de Contingência, bem como os investimentos em infraestrutura realizados no município, no último evento adverso registrado no final de novembro/dezembro de 2022, com aproximadamente 600 mm de precipitação em 10 dias, não houve registro de danos humanos.
Histórico de Chuvas
Apesar de passar longe do volume de chuva que caiu em menos de 24h no litoral paulista, o Espírito Santo é historicamente castigado por temporais que causam desabamentos, deslizamentos, interdição de rodovias, inundações e enchentes.
Em novembro do ano passado o município de Aracruz ficou quase isolado devido a uma enorme cratera aberta pela chuva na BR-101. A rodovia ficou interditada por mais de uma semana e quem precisava ir até a cidade tinha que fazer um desvio de mais de 125 quilômetros.
No mesmo período, as chuvas atingiram outras regiões do Estado, retirando mais de 700 pessoas de casa. Em Viana, um homem morreu enquanto vizinhos tentavam resgatá-lo dos escombros de sua casa.
De acordo com o boletim de índice pluviométrico divulgado pela Defesa Civil do Espírito Santo na época, o município de Fundão foi o que recebeu o maior volume de chuva em 24h, com 209.2mm.
São Paulo
As chuvas que atingiram os municípios do litoral norte paulista no último fim de semana estão entre as maiores tragédias da história do estado de São Paulo. Foi também o maior acumulado de chuva que se tem registro no país, atingindo a marca de 682 milímetros em Bertioga e 626 milímetros em São Sebastião, no período de 24 horas.
A região mais atingida foi a Barra do Sahy, em São Sebastião, onde houve desmoronamento de encostas e soterramento de casas e de pessoas. Uma pessoa morreu em Ubatuba e ao menos 49 pessoas morreram em São Sebastião. Os trabalhos de busca a desaparecidos continua sendo realizado em São Sebastião.
