A campanha Julho Verde alerta sobre o câncer de cabeça e pescoço e seus sintomas, além dos hábitos que podem facilitar a formação de tumores
Por Wesley Ribeiro
De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), mais de 75% dos casos não diagnosticados de câncer de cabeça e pescoço são diagnosticados em estágio avançado, o que dificulta o tratamento. E ao contrário, quando o diagnóstico acontece em estágio inicial, as chances de o paciente vencer a doença chegam a 80%.
Um paradoxo que pode ser mudado por meio da conscientização e da informação da população, especialmente entre 50 e 60 anos, faixa etária mais comum da doença. Por isso a campanha mundial Julho Verde informa à população sobre o câncer de cabeça e pescoço e seus sintomas, além dos hábitos que podem facilitar a formação de tumores.
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Segundo a Cecon Oncoclínicas Espírito Santo, é importante reforçar que existem vários tipos de câncer de cabeça e pescoço: os cânceres de pele, os de boca, de faringe e laringe, e o câncer de tireoide. De acordo com o cirurgião Jefferson Lenzi, especialista em cabeça e pescoço da Instituição, cada um desses tipos tem fatores de risco próprios.
“No caso do câncer de pele, por exemplo, a grande causa acaba sendo a exposição solar, já que o rosto é uma área que normalmente está exposta. Já os cânceres de boca e garganta podem ser causados principalmente pelo consumo de tabaco e de álcool. Lembrando que, na faringe, principalmente nas amídalas, hoje a gente tem o HPV como fator de risco para o desenvolvimento desse câncer”, relatou o especialista.
No caso do câncer de tireoide, ele atinge principalmente as mulheres e o fator genético é o principal ponto a ser observado.
O cirurgião lembra que as chances de cura aumentam quando o câncer é detectado em seus estágios iniciais. “Quando isso acontece, as chances de sequelas no tratamento ficam muito reduzidas, e as cirurgias têm melhor resultado estético. A gente sempre orienta que, em caso de dúvida, procure um especialista, faça exames, não espere até ter algum sintoma mais grave”.
Atenção aos sinais
Mas a que sinais é preciso ficar atento para evitar o diagnóstico tardio? No caso do câncer de pele, ferimentos que não melhoram de aparência, áreas de coceira que não passa, pintas escuras que mudam de formato podem indicar a formação de uma massa ali.
“Qualquer ferimento na boca que não cicatrize em três semanas é um sinal de alerta muito importante para um possível câncer. Às vezes, antes do ferimento, a gente tem outros sinais que o paciente pode perceber se fizer um autoexame: manchas brancas ou avermelhadas na boca. No pescoço, qualquer caroço que não regredir espontaneamente em um período de três semanas deve ser observado. Pode ser que já a presença de uma metástase, ou um nódulo de tireoide que precisa ser investigado”, ressalta o médico.
Segundo ele, dor ou dificuldade para engolir, além de falta de ar, são sinais que surgem quando a doença já está mais avançada.
“A associação de cigarro e bebida alcoólica aumenta, em aproximadamente, vinte vezes o risco de o paciente desenvolver o câncer de boca ou câncer de laringe. E vale ainda destacar outro grande fator de risco: a infeção pelo HIV, que está ligado ao desenvolvimento de câncer de amígdala”, alerta Lenzi.
O HPV ou papiloma vírus humano é sexualmente transmissível e, também pode causar câncer de colo de útero, canal anal, vagina e vulva. Por isso, é importante se prevenir com o uso de preservativos durante as relações sexuais.
Com informações da Cecon Oncoclínicas.