O objetivo da Campanha Julho Verde é conscientizar e alertar a população sobre os sintomas desse tipo de câncer e a importância da detecção precoce
Por Wesley Ribeiro
Os homens lideram o ranking de câncer de cabeça e pescoço no Espírito Santo. Ao todo, eles representam 84% dos casos. Os principais fatores de risco são o tabagismo, o alcoolismo e a infecção pelo HPV, que é Papilomavírus humano, relacionado ao câncer de orofaringe.
Os dados são da Associação Feminina de Educação e Combate ao Câncer (Afecc) do Hospital Santa Rita de Cássia (HSRC), em Vitória. A associação realizou uma análise recente de 154 casos de câncer de cabeça e pescoço tratados pela Afecc e o resultado mostrou que, além dos homens serem maioria, a cavidade oral é a mais acometida (64,3%), seguida da faringe (23,4%) e laringe (18%).
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Além disso, mais da metade dos casos tinha diagnóstico em estágio avançado da doença. Por isso a importância da Campanha Julho Verde, da Sociedade Sociedade Brasileira de Cirurgia de Cabeça e Pescoço (SBCCP), que alerta para a prevenção do câncer de cabeça e pescoço.
O objetivo é conscientizar e alertar a população sobre os sintomas da doença e a importância da detecção precoce.
Sintomas
Segundo a Afecc, os principais sintomas são nódulo persistente no pescoço, principalmente quando não desaparece espontaneamente em até 21 dias; lesão na boca que não cicatriza espontaneamente em 21 dias; rouquidão por mais de três semanas, em especial, em fumantes e consumidores de bebidas alcoólicas.
Entre os fatores de risco, os principais são o tabagismo, o alcoolismo e a infecção por HPV, o Papilomavírus humano, relacionado ao câncer de orofaringe.
Esse tipo de câncer, que acomete a cavidade oral, nasofaringe, orofaringe, hipofaringe, laringe, cavidade nasal, seios paranasais, glândulas salivares, é o segundo mais frequente no homem, superado apenas pelo câncer de próstata.
Nas mulheres, o câncer de tireoide aparece como o oitavo mais comum, com estimativa de 5.800 novos casos no Brasil em 2016.
Brasil
De acordo com dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca), em 2019 foram 20.722 mortes por câncer de cabeça e pescoço no Brasil. O chefe da Seção de Cabeça e Pescoço do INCA, o cirurgião Fernando Dias, explica que o alto índice de mortalidade é, especialmente, devido aos pacientes chegarem para o tratamento já com a doença avançada. Quando o diagnóstico é realizado na fase inicial, o paciente tem, em média, 80% de sobreviver.
“Uma das recomendações para obter o diagnóstico precoce é consultar periodicamente um dentista, profissional que pode identificar lesões em estágios iniciais na cavidade oral”, acrescenta Fernando.
