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quinta-feira, 2 maio, 2024

Janete de Sá é eleita presidente da Comissão do Rio Doce

Janete presidirá colegiado formado por parlamentares do Espírito Santo e Minas Gerais que apura situação do Rio Doce

Por Robson Maia

Na última quarta-feira (25), deputados estaduais do Espírito Santo e de Minas Gerais elegeram a parlamentar Janete de Sá (PSB-ES) como presidente, pelo próximo biênio (2023-2024), da Comissão Interestadual Parlamentar de Estudos para o Desenvolvimento Sustentável da Bacia do Rio Doce (Cipe Rio Doce). O colegiado terá o deputado mineiro Leleco Pimentel (PT-MG) como vice-presidente.

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A comissão é formada por dez membros permanentes, sendo cinco de cada estado. Pelo ES, Janete terá como pares Alcântaro Filho (Republicanos), Dary Pagung (PSB), Lucas Scaramussa (Podemos) e Sergio Meneguelli (Republicanos). A representação mineira, além de Pimentel, será composta pelos deputados Adriano Alvarenga (PP), Celinho Sintrocel (PCdoB), Enes Cândido (Republicanos) e Zé Laviola (Novo).

Na mesma plenária foram escolhidos os coordenadores regionais. Por Minas Gerais, Leleco Pimentel também assume essa função, enquanto a bancada espírito-santense terá Lucas Scaramussa na coordenação.

A reunião foi aberta com o servidor da Ales e coordenador da Cipe, Hernandes Moreira Bermudes, trazendo um relato histórico sobre a comissão, que surgiu em 1999, após a Assembleia do ES provocar a Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) sobre a necessidade de congregar esforços políticos e técnicos que envolvem a preservação e o desenvolvimento da bacia do Rio Doce. “Quem tiver água tem o controle da vida”.

Com essa frase do primeiro parlamentar a presidir a Cipe (Anderson Adalto) ainda no final do século passado, Bermudes lembrou que com 853 quilômetros de extensão, o rio com nascentes na Serra da Mantiqueira e do Espinhaço e foz em Regência, Linhares, impacta e importa para a vida de 3,5 milhões de cidadãos. “É cuidar de um patrimônio que nos é comum”, concluiu o coordenador técnico.

Pimentel prometeu uma posição ativa da Cipe na cobrança para que as empresas responsáveis pelo crime ambiental no rompimento da barragem de rejeitos da Samarco, em Mariana (MG-2015), sejam de fato responsabilizadas.

“Nós procuraremos dar desculpas para trabalhar. Procuraremos dar desculpas para darmos o sim, porque o não foi construído como um projeto político do crime da Vale, da BHP Billiton e da Samarco quando mataram vidas e expulsaram pescadores e deixaram a bacia na mão daqueles que hoje comandam e coordenam aquilo que chamam de Renova. O que vimos foi a cada dia o crime se renovar”, criticou o petista.

“Nós queremos mudar essa história e, junto com a deputada Janete, lutar pelo sim, para que a reparação e a justiça retornem com esperança em toda a bacia”, finalizou Pimentel.
O coordenador regional do ES, deputado Lucas Scaramussa, lembrou a situação da região de Regência, município de Linhares, onde fica a foz hoje morta do Rio Doce.

“Somos de uma região que experimentou os frutos desse grande crime ambiental. Ele perpassa questões ambientais e atinge questões econômicas e sociais seríssimas. Sou ali de Regência e Povoação, e vi as minhas praias serem contaminadas, não estarem propícias para banho, vi agricultores perderem todos os investimentos feitos em suas lavouras, vi pescador em depressão, vi moradores que nunca mais, ao longo do verão, conseguiram colocar suas cadeiras na frente de suas casas e apenas contemplar”, refletiu o parlamentar.

Scaramussa enfatizou que a história da população na região mudou significativamente e não há qualquer indício de que um dia as coisas possam voltar a alguma normalidade. Para o parlamentar, diante do fato de que existem muitas pessoas que não foram atendidas e de fato reparadas, cabe à Cipe cobrar que o Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) da Samarco seja cumprido.

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