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domingo, 28 abril, 2024

IBGE 90 Anos: a Serviço da Sociedade ou dos Projetos do Presidente Eleito?

Por Arilda Teixeira 

Após conhecer o conteúdo do discurso de posse de Marcio Pochmann como Presidente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), não tem como não se incomodar.

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Inclusive a Ex-Diretora de Pesquisa do IBGE (1999-2004), em artigo do O Globo, criticou, como deveria, o tom autocrata da fala do Presidente empossado.

Contudo, essa crítica não chega a ser uma surpresa para o cotidiano político brasileiro.

Até as pedras dos calçamentos paulistas sabem que, tendo sido treinado no sindicalismo, Pochmann carrega herança endêmica da hierarquia e da camuflagem. Assim sendo, está vendo o Cargo que lhe foi entregue como meio para alterar a relação do IBGE com a sociedade em favor dos interesses de seu grupo.

Entretanto, não é papel de Presidente de Instituto de Geografia e Estatística (que é o que o IBGE é) estabelecer esse vínculo.

Assim como não é seu papel ingerir sobre a estrutura hierárquica desse Instituto, e de quaisquer outro, dessa natureza.

Por isso, o fato de Pochmann questionar/ingerir sobre técnicas de divulgações de estatísticas reconhecidas mundialmente, usadas pelo IBGE, é totalmente fora de propósito.

Assim como o argumento do Presidente Marcio Pochmann de que o IBGE precisa ter controle de seus Superiores, porque disponibiliza suas estatísticas na mídia.

Oras, bolas! E onde mais o IBGE deveria expô-las?

No Sindicato dos Trabalhadores Paulistas? Haja vista que as mídias são canais para transmissão de informação?

E para que servem as mídias, se não são para divulgar informações?

Estatísticas são parâmetros para orientar tomadas de decisões de agentes econômicos e públicos.

Então…. Onde está a razão da crítica ao modelo atual, Presidente Pochmann?

Resposta simples: está no fato de que autocratas também não têm consciência coletiva como dissimulam ter. De perto, são tão convenientes, egoístas e dissimulados, como os demais agentes econômicos e políticos – de países subdesenvolvidos – que vivem e sobrevivem dos apoios, subsídios, e indicações para cargos de Estado.

E que, de quando em vez, ao alçarem a um cargo público de Estado, perdem a dimensão do decoro que seu cargo impõe.

No caso de Marcio Pochmann, o decoro que lhe cabe como Presidente de Instituto de Geografia e Estatística do Brasil(IBGE) é preservar a cidadania, porque não cabe ao Poder Executivo (que ele agora ocupa) mudar as diretrizes dos órgãos de Estado.

A única explicação que justifica toda essa ladainha do atual Presidente do IBGE é que, como sindicalista de carteirinha que sempre foi, e continua sendo, quer bloquear o acesso da Imprensa às informações para a sociedade. Imprensa Livre é sinal de que os cidadãos terão mais acesso à informação. Portanto, menos espaço para as jogadas de interesse político que, invariavelmente, prejudica o cidadão-contribuinte.

Quanto mais informação os meios de comunicação divulgarem, menores serão os espaços para negociações convenientes entre membros do Estado e seus asseclas.

O Presidente Pochmann ainda não se deu conta de que IBGE é órgão de Estado. E não dos Sindicatos de trabalhadores.

Arilda Teixeira é economista e escreve todas às terças-feiras em ES Brasil.

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