O Papa teve um papel crucial na defesa do meio ambiente e no combate às mudanças climáticas, se consolidando como um dos principais líderes globais no tema
Por Luiz Fernando Schettino
“Que os exemplos e determinação de Francisco inspirem e façam governantes e governados em todo o Planeta, a terem compromissos na mesma direção de Francisco e seguir seus exemplos: de simplicidade, humildade, preocupação para com os mais necessitados e da necessidade de cuidarmos, de fato, da natureza, obra de Deus fundamental para nossa sobrevivência e manutenção da vida como um todo no Planeta Terra”.
O Papa Francisco teve um papel crucial na defesa do meio ambiente e no combate às mudanças climáticas, consolidando-se como um dos principais líderes globais nesse tema. Principalmente a partir da edição da Encíclica Papal “Laudato Si”, publicada em 2015, um documento que aborda a relação entre a humanidade e o meio ambiente com foco no cuidado da “Casa Comum”, ou seja, o Planeta Terra. O título, que significa “Louvado sejas”, foi inspirado no “Cântico das Criaturas” de São Francisco de Assis, que celebra a conexão espiritual entre os seres humanos e a natureza.
Enfatizando que “Laudato Si” foi a primeira encíclica papal dedicada integralmente à ecologia, Francisco denunciou a cultura do descarte, o consumismo exacerbado e o impacto devastador da ação humana sobre o planeta. Trazendo uma visão inovadora da ecologia integral, conectando a crise ambiental à justiça social e denunciando o consumismo e a cultura do descarte, o documento influenciou diretamente negociações climáticas internacionais, incluindo o Acordo de Paris, e reforçou a necessidade de cooperação global na preservação do planeta.
O Legado Ambiental do Papa Francisco vai muito além da Encíclica “Laudato Si”, pois Francisco promoveu outras ações concretas, como o Sínodo da Amazônia em 2019, que destacou a destruição ambiental e os direitos dos povos indígenas; e o documento “Querida Amazônia”, uma exortação apostólica pós-sinodal que delineou sonhos para um futuro sustentável na região, publicado em 2 de fevereiro de 2020, refletindo as preocupações do pontífice com a região amazônica e seus habitantes.
Em 2023, ele publicou “Laudate Deum” (uma expressão em latim que significa “Louvai a Deus”), um documento da igreja católica que é uma continuação da encíclica “Laudato Si”, de 2015, que enfatiza a responsabilidade compartilhada de cuidar da criação divina e enfrentar os desafios das mudanças climáticas. Ou seja, uma exortação apostólica abordando a crise climática e a necessidade de uma resposta global urgente, enfatizando a urgência da descarbonização e criticando a lentidão das medidas governamentais e corporativas no combate às mudanças climáticas.


O legado do Papa Verde vai além da Igreja, inspirando governos e instituições a adotarem práticas sustentáveis, trabalhar para os mais necessitados e por um mundo de paz e mais justiça social. E, ao defender a justiça climática e a proteção da casa comum, Francisco reforça a necessidade de uma transformação profunda na relação entre humanidade e meio ambiente, deixando um testemunho duradouro para as futuras gerações.
O Papa Francisco deixou um impacto profundo também na questão ambiental e climática, consolidando-se como um dos líderes globais mais influentes na defesa da “Casa Comum”, além de magistralmente defender a paz, o diálogo, as minorias e as pessoas mais necessitadas. Que os exemplos e determinação de Francisco inspirem e façam governantes e governados em todo o Planeta, a terem compromissos na mesma direção de Francisco e seguir seus exemplos: de simplicidade, humildade, preocupação para com os mais necessitados e da urgência de cuidarmos de fato da natureza, obra de Deus e fundamental para nossa sobrevivência e a manutenção da vida como um todo no Planeta Terra.
Luiz Fernando Schettino é engenheiro florestal, mestre e doutor em Ciência Florestal, ex-secretário Estadual do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos, advogado e escritor