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sábado, 27 abril, 2024

Falta de dinheiro impede capixabas de viajarem em 2021

A falta de dinheiro foi a justificativa para cerca de um terço dos domicílios em que as pessoas não viajaram em 2021

Por Amanda Amaral 

Falta de dinheiro foi o maior impedimento para a maioria dos capixabas viajarem em 2021. É o que aponta a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua 2020-2021, que traz dados sobre os fluxos de turistas nacionais entre as diferentes regiões do país e analisou 1,4 milhão de domicílios no Espírito Santo.

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Em 2021, para 27,0% dos entrevistados, a ausência de recursos financeiros foi o principal motivo pelo qual nenhum morador do domicílio viajou, número superior ao ano de 2020 (33,3%). Falta de tempo (11%), e não houve necessidades (15,3%) foram as outras duas principais respostas.

Carro como opção

Cabe ressaltar que, o número de residências em que algum morador viajou no Espírito Santo caiu. Em 2020, em 13,8% dos domicílios, alguém havia realizado uma viagem. Em 2021, 14,2%. Já em 2019, o percentual era de 21,3%.

Além disso, o carro particular ou de empresa foi o principal transporte utilizado pelo capixaba para viajar (64,1%, ou 178 mil viagens), à frente de avião (9,8%, ou 27 mil viagens) e ônibus de linha (9,3%, ou 26 mil viagens).

Receita do Estado

A pesquisa também trouxe informações sobre o Espírito Santo como destino de 276 mil viagens realizadas no Brasil. Segundo a PNAD, o território capixaba foi a origem de 2,2% (275 mil) e o destino de 2,3% (276 mil) dessas viagens.

Já com relação aos gastos totais no destino, que correspondem à receita do Estado com o setor, foram registrados o emprego de R$ 204,3 milhões no ano passado. Em 2020, este valor chegou a R$ 225,9 milhões.

Para o integrante do Conselho de Economia do Espírito Santo (Corecon-ES), o economista Sebastião Demuner, existem alguns fatores que impedem que o estado capixaba ganha mais destaque na rota nacional e internacional.

“A nossa renda per capita é baixa. Em todas as regiões do Nordeste, a média salaria é de R$ 2 mil. E a nossa em torno de R$ 1,5 mil. As pessoas não têm dinheiro para fazer turismo”, explica.

Investimentos 

Falta de dinheiro impede capixabas de viajarem em 2021
O economista Sebastião Demuner cita os desafios para o desenvolvimento do turismo no Estado. Foto: Divulgação

O economista ainda apontou fatores que dificultam a atração de turistas. Entre eles, o tratamento aos clientes, que precisa ser reforçado com capacitações que visam melhorar a tratativa entre turistas e atendentes.

“A ausência de uma identidade cultural também é outra questão, pois somos um povo de misturas, de pessoas que vieram de outros estados para viver aqui. O que leva a outra questão que é a distância. Recebemos muitos turistas de São Paulo e Minas Gerais, pois estão próximos, mas as pessoas do Rio Grande do Sul não saem de lá para visitar o Espírito Santo”, complementa.

Como solução, o economista enxerga a necessidade de investimentos para estimular o desenvolvimento do setor. “O caminho está aberto, as pessoas voltaram a se interessa rpor viagens após o período da pandemia. Mas é necessário incentivo do Estado por meio de financiamentos para donos de pousadas e estruturas turísticas. É preciso criar condições de acessibilidade, que ligue uma região a outra, que dê acesso as atrações”, afirmou.

 

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