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domingo, 28 abril, 2024

Especialista desvenda o processo do transplante de coração

Faustão passa por transplante cardíaco gerando discussões sobre a lista de espera

Por Kebim Tamanini

O famoso apresentador de televisão Fausto Silva, carinhosamente chamado de Faustão, submeteu-se a um transplante de coração no último domingo (27/08), em São Paulo. Isso gerou uma série de perguntas e incertezas a respeito do procedimento médico pelo qual passou um dos mais renomados comunicadores da televisão brasileira.

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A sociedade deve avançar no que diz respeito à doação de órgãos para salvar vidas. É fundamental destacar que o sistema de doação de órgãos no Brasil é altamente confiável, apesar de suposições infundadas que algumas pessoas possam levantar sobre o assunto.

Por esse motivo, o portal ES BRASIL conversou com o coordenador do Serviço de Cardiologia do Hospital Evangélico de Vila Velha (HEVV), o médico Diogo Barreto, para discutir os procedimentos envolvidos no transplante de pacientes.

Segundo o especialista, existe a possibilidade de o corpo rejeitar o órgão recebido, mas são adotados métodos para minimizar essa probabilidade. “Com certeza, essa possibilidade existe. Na verdade, em todos os transplantes de órgãos, os pacientes receptores precisam tomar medicamentos chamados imunossupressores. Esses medicamentos têm a finalidade de reduzir a atividade do sistema imunológico, evitando assim a rejeição do órgão transplantado”, afirma o médico Diogo Barreto.

Vale lembrar que indivíduos que passam por transplantes de órgãos como rim, fígado, coração ou pâncreas precisam seguir rigorosamente o tratamento com imunossupressores pelo resto de suas vidas, a fim de prevenir qualquer rejeição do novo órgão.

O paciente transplantado receberá um acompanhamento médico rigoroso, uma vez que estará em uso de medicamentos imunossupressores que necessitarão de dosagem a cada três meses, no mínimo.

Faustão passa por transplante cardíaco gerando discussões sobre a lista de espera
O transporte de órgãos é feito muita das vezes pela Força Aérea Brasileira (FAB). Foto: Agência Brasil

Procedimento

O coordenador do Serviço de Cardiologia do HEVV explica que “o processo começa ao inscrever o paciente necessitando de um transplante na lista de espera. Dependendo da gravidade da situação, a pessoa pode ser priorizada devido ao seu estado de saúde”.

Quando alguém está hospitalizado com diagnóstico de morte encefálica, essa pessoa se torna um potencial doador. Nesse momento, a equipe médica conversa com a família do falecido para discutir a possibilidade de doação de órgãos para aqueles que estão na lista de espera. Além disso, há a opção voluntária de ser doador.

É relevante destacar que, no Brasil, são necessários dois médicos diferentes para confirmar o diagnóstico de morte encefálica por meio de exames comprobatórios. Posteriormente, a equipe médica realiza a coleta do órgão, mesmo que o paciente esteja em outra cidade ou estado. A Força Aérea Brasileira (FAB) está disponível para fazer o transporte do órgão, mantendo-o em um saco de gelo até que o receptor esteja pronto para a cirurgia.

Especialista desvenda o processo do transplante de coração
Faustão passou por transplante de coração em pouco tempo gerando discussões sobre a lista de espera. Foto: Reprodução

Lista de espera

A família de Faustão o inscreveu na lista de espera para o transplante em 8 de agosto e, em questão de poucos dias, ele recebeu a doação de um novo coração. O médico Diogo Barreto disse que vários fatores influenciam o tempo de espera para um transplante.

“O primeiro fator a considerar é a compatibilidade do tipo sanguíneo, pois é crucial que haja correspondência. O segundo ponto de análise é o estado do paciente. Se ele estiver hospitalizado e necessitando de medicação para manter sua saúde, como era o caso do Faustão, que estava enfrentando problemas renais, é crucial que ele receba prioridade na lista de espera por um órgão doador, já que sua condição requer cuidados médicos contínuos”, esclarece o especialista.

É bom ressaltar que pessoas com os tipos sanguíneos A e O têm uma maior probabilidade de encontrar doadores, já que aproximadamente 70 a 80% da população no Brasil e no mundo possui essas classificações. Por outro lado, aqueles com tipos sanguíneos AB ou B só podem receber órgãos compatíveis, o que geralmente resulta em tempos de espera mais longos.

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