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sábado, 4 maio, 2024

Deputados divergem no conflito Israel x Palestina

Na última semana, Camila Valadão expôs apoio a palestinos, enquanto 11 deputados apresentaram moção de apoio à Israel

Por Robson Maia

Com a escalada dos conflitos envolvendo israelenses e palestinos, a Assembleia Legislativa tem dividido opiniões e expondo diferentes faces de apoio. De um lado, a deputada Camila Valadão (Psol) expôs apoio à Palestina, enquanto um grupo de 11 deputados apresentou moção de “apoio incondicional a Israel e repúdio às ações do grupo terrorista Hamas na região”.

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A origem do conflito está nos ataques surpresa promovidos pelo grupo terrorista Hamas no dia 7 de outubro à Israel. Desde então, a Assembleia Legislativa do Espírito Santo (Ales) tem sido palco de debates quanto ao tema.

Após manifestações de apoio ao povo israelense por boa parte dos deputados estaduais, Camila Valadão discursou no plenário em favor dos palestinos na última semana. A parlamentar condenou os ataques de ambos os lados, contudo, questionou o que classificou como “comoção seletiva” por parte de vertentes políticas no Legislativo capixaba.

“Quero registrar toda a minha solidariedade ao povo palestino, sistematicamente atacado de forma violenta por Israel. Faz questão de ressaltar como defensora de direitos humanos, que a região de Gaza é a maior prisão sem teto do mundo. A gente está falando de um verdadeiro apartheid que existe, que está colocado e infelizmente a gente verifica uma solidariedade bastante seletiva. Faço questão de ressaltar que nós não vamos naturalizar a morte de civis, portanto, vamos sim nos posicionar em defesa da vida”, discursou Valadão.

Na sequência, a parlamentar expôs indignação com as ações militares realizadas por Israel nos últimos dias.

“Israel bombardeou escolas, prédios, residências, mesquitas e hospitais, incluindo o único hospital em uma região importante. Todas as redes de água e eletricidade que entram na Faixa de Gaza foram bombardeadas ou cortadas por Israel. O caminho de passagem de pessoas para o Egito foi bombardeado e a conexão de internet e de telefonia são quase inexistentes. O que a gente tá falando aqui é uma ação sistemática de direitos humanos, que pressupõe fome, acesso à educação, ou nesse caso, o não acesso”, analisou a deputada.

Três homens de terno e um de farda em pé seguram a bandeira de Israel
Parlamentares seguram a bandeira de Israel / Foto: Ellen Campanharo

Nesta segunda (16), um grupo formado por 11 parlamentares, encabeçado por Denninho (União), expôs apoio incondicional á Israel. Em documento endereçado à presidência da Casa, o parlamentar faz referência aos ataques do grupo Hamas e apresenta um histórico de conflito na região.

“Desde sua fundação em 1987, o Hamas tem estado consistentemente no epicentro das tensões na região. Sua trajetória, pontuada por atos violentos como atentados suicidas e lançamentos de foguetes, ilustra a ameaça constante que Israel enfrenta em suas fronteiras e dentro de seu território. A Faixa de Gaza, sob controle do Hamas, tornou-se um ponto de ignição, onde agendas políticas e territoriais se manifestam através de agressões frequentes”, diz o parlamentar no documento.

Denninho (União) ainda reforça a necessidade de apoio da comunidade internacional e o trabalho coletivo para promover a paz na região.

“Nós, como representantes deste Legislativo, desejamos expressar nosso mais firme e inabalável apoio a Israel, condenando veementemente as ações do Hamas. Reconhecemos a determinação de Israel em defender seus cidadãos e sua soberania e solidarizamo-nos com todas as vítimas deste último ataque e com o povo de Israel como um todo”, afirma trecho do documento.

O documento foi assinado também por Capitão Assumção, Callegari, Delegado Danilo Bahiense, Lucas Polese e Zé Preto, todos do PL; Alexandre Xambinho (PSC); Allan Ferreira (Podemos); Bispo Alves (Republicanos); Coronel Weliton (PTB); e Gandini (Cidadania).

Entenda o conflito

O grupo palestino Hamas, que controla a Faixa de Gaza, lançou em 7 de outubro um ataque surpresa a Israel, matando ao menos 1.400 e capturando reféns. Israel reagiu com bombardeios que já mataram mais de 2.700 e, em 14 de outubro, anunciou para breve ofensiva por ar, terra e mar contra o território.

Israel deu um ultimato aos moradores no norte da Faixa de Gaza (cerca de 1,1 milhão de pessoas) para se deslocarem para o sul do território. O governo israelense quer que todos estejam ao sul de um curso d’água conhecido como Wadi Gaza.

Organizações internacionais logo condenaram a ação de Israel e acusaram o país de desrespeitar corredores humanitários, promovendo bombardeios diretos em escolas, mesquitas e em rodovias por onde civis se deslocavam para locais de segurança.

Centenas de mulheres e crianças morreram em um ataque que atingiu um comboio que fugia do norte de Gaza em uma das duas rotas de evacuação. O Ministério de Saúde Palestino, que afirmou que houve 70 vítimas, culpou Israel pelo ataque. O governo israelense disse estar investigando o ocorrido.

A ONU pediu a Israel que retirasse a ordem, alertando para “consequências humanitárias devastadoras”. A Organização Mundial da Saúde (OMS) disse que as autoridades de saúde de Gaza disseram que seria impossível evacuar pacientes vulneráveis do hospital.
O Hamas, que controla a Faixa de Gaza, chegou a pedir que civis ignorassem a ordem de evacuação, descrevendo-a como “propaganda falsa”.

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