Após oito meses de trabalho, o tempo mais longo de um processo na Comissão de Ética, o conselho aprovou por 11 votos a 9 o parecer pedindo a cassação do deputado.
Após pouco mais de 3 horas do início da Sessão, o Conselho de Ética da Câmara decidiu pela continuidade do processo de cassação do Deputado Eduardo Cunha (PMDB/RJ), que ocupava a presidência da Câmara, antes de ser afastado por decisão do STF
A votação foi nominal, com 11 votos a favor do relatório do deputado Marcos Rogério (DEM/RO) no Conselho de Ética, apontando a quebra de decoro parlamentar. O relator rejeitou acolher no processo os documentos do Banco Central que tratam da multa de R$ 1 milhão aplicada ao peemedebista por não ter declarado recursos no exterior.
Antes do inicio da votação, o deputado Betinho Gomes (PSDB/PE) declarou que se o resultado fosse pela não aprovação do relatório, “esse conselho deve se extinguir, pois não terá condições de se cassar nenhum outro deputado”.
A derrota de Cunha não era prevista. Até o final da sessão ainda não era certo que o relatório seria aprovado. A decisão final seria, pelas contas dos parlamentares, de Tia Eron, que era vista como aliada de Cunha, mas havia dado declarações favoráveis ao relatório. Ela votou pela cassação. Wladimir Costa (SD), que também havia defendido Cunha dentro da comissão, votou pelo parecer
A partir da publicação da decisão no Diário Oficial da decisão do conselho será aberto um prazo de cinco dias úteis para que Cunha recorra na Comissão de Constituição e Justiça da Casa. E o processo agora vai para o Plenário da Câmara, onde Eduardo Cunha terá mais dificuldade para conseguir se livrar da punição.