Os profissionais de RH, junto das lideranças das organizações, são capazes de promover ações rápidas e consistentes em prol da saúde mental e emocional dos colaboradores
Por Fabíola Costa
Cuidar da saúde física e mental dos colaboradores de uma organização sempre foi desafiador. Nos dois últimos anos – com a crise que a Covid-19 provocou no setor de saúde, esse cuidado tem sido não só um desafio, mas uma urgência.
Uma pesquisa realizada pela Escola de Administração de Empresas de São Paulo (FGV EAESP), em parceria com as empresas Talenses e Gympass, mostrou questões importantes desse cenário.
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A maioria dos respondentes revelou estar com sobrecarga de trabalho (43%), o que impacta diretamente a saúde mental e emocional dos profissionais. Vale destacar outro ponto mostrado pela pesquisa, realizada em janeiro de 2022: as ações de RH não alcançam, por completo, as necessidades dos colaboradores.
Acredito que – para além de toda a questão de saúde ou da própria doença, o que gerou muita angústia nas pessoas foi ter que entregar o mesmo resultado, senão resultados maiores, em uma condição, momento e situação totalmente diferentes. É claro que a empresa não vai se adequar 100% à necessidade de cada um. Mas é fundamental que a área de Gestão de Pessoas (e não somente o RH) busque o equilíbrio entre cuidados e resultados.
Olhando para seus trabalhadores e para os seus negócios, a organização deve buscar conciliar, de forma saudável e sustentável, a produtividade dos profissionais e a lucratividade da empresa.
E a área de Gestão de Pessoas, com toda sua expertise nesse assunto, pode e deve levar provocações e propor soluções para o ambiente corporativo. Claro que todas as ações de acolhimento, palestras, atendimentos em grupo e treinamentos são de suma importância para o bem-estar. No entanto, as mudanças na relação com o trabalho são a essência desse processo.
É preciso que as organizações se perguntem: De que forma e com qual recurso o trabalhador entregará o seu melhor resultado? A equipe tem clareza de como realizar suas entregas nesse novo formato? Há feedbacks suficientes? Como nos comunicar com o time nesse novo cenário? Que acordos e combinados são necessários nesse momento? Que ajustes precisamos fazer nas metas e indicadores diante dessa nova realidade?
Em conjunto, profissionais de RH e as lideranças mais próximas dos trabalhadores devem construir um plano de ação que considere os fatores que mais impactam a saúde mental. São eles (segundo a pesquisa da FGV EAESP): a sobrecarga de trabalho (43%), a alta pressão por metas e resultados (31%), a falta de reconhecimento (30%); e sentir que precisa estar disponível o tempo todo (30%).
Embora influenciados pela pandemia, esses fatores não são apenas do presente. Eles já existem há um bom tempo. Hoje, é urgente que as organizações compreendam que é necessário agir de uma forma diferente! E o profissional de RH tem um grande papel na facilitação desse processo.
Fabiola Costa é vice-presidente da ABRH-ES.