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terça-feira, 23 abril, 2024

Como as cooperativas têm contribuído para o desenvolvimento do Estado?

Como as cooperativas têm contribuído para o desenvolvimento do Estado?No último dia três de julho comemorou-se o Dia Internacional do Cooperativismo. No Espírito Santo, as primeiras cooperativas surgiram no meio rural por volta da década de 40, ganhando mais representatividade na década de 60. Atualmente, o Estado conta com 136 cooperativas, em nove ramos diferentes, somando mais de 152 mil cooperados e gerando cerca de 20 mil empregos. Ante números tão expressivos, o presidente do Sindicato e Organização das Cooperativas Brasileiras do Espírito Santo, OCB/ES, Esthério Colnago, fala sobre o movimento cooperativista em terras capixabas e sua representatividade na economia local.

ES Brasil: O que é o cooperativismo?
Esthério Colnago: O cooperativismo é uma doutrina que visa a atender necessidades individuais por meio da ação coletiva. É estruturada para a geração de riquezas, para o livre associativismo entre as pessoas que, unidas pelos mesmos objetivos, buscam satisfazer suas necessidades financeiras através da produtividade cooperada, onde os resultados são repartidos com equanimidade entre os membros.

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O Espírito Santo já soma 136 cooperativas. Quais fatores favorecem tal multiplicação?
O cooperativismo busca uma sociedade justa, livre e fraterna, com a distribuição social do trabalho e dos lucros (sobras), para trazer prosperidade conjunta, e não individual. Devido ao fato de ser uma sociedade de pessoas, o foco de uma cooperativa está sempre no bem-estar dos seus cooperados, pois ela existe para levar benefício aos seus membros. Nela todos saem ganhando, não há motivo para existir concentração de renda, pois o cooperado recebe pela movimentação com sua cooperativa. Além disso, dá oportunidade ao cidadão de fazer o que sabe e ainda participar de um negócio que é seu, tendo voz ativa, independentemente do tamanho de seu negócio. Fatores como esses fazem que com ele se sinta mais valorizado.

O Estado tem mais de 152 mil cooperados ativos. Qual a importância desse setor para a economia capixaba?
As cooperativas capixabas estão em franca expansão e isso resulta diretamente na melhoria da economia do Estado. Somente em 2009 as cooperativas capixabas, juntas, tiveram um faturamento de R$ 1,8 bilhão, um aumento de 20% em relação a 2008, e participam com 3% na composição do PIB capixaba. Esse número é ainda mais significativo se olharmos a diversificação das atividades, pois o cooperativismo está presente hoje em nove ramos diferentes, e também por ser uma marca alcançada pelo somatório das forças de milhares de cooperados e seus familiares. No ramo agropecuário, por exemplo, existem pessoas ligadas a cooperativas, em sua grande maioria agricultores de base familiar, que trabalham na cultura do café, leite, borracha, maracujá, morango, acerola, entre outras. Sem falar na geração de empregos que, diretos e indiretos, hoje são mais de 20 mil. Já em impostos e contribuições federais, municipais e estaduais, as cooperativas capixabas contribuíram em 2009 com mais de 30 milhões de reais.

Quais cooperativas mais se destacam no Espírito Santo? Quais apresentam maior potencial de crescimento?
No Espírito Santo temos o ramo crédito, com cooperativas em grande evidência, tanto em livre admissão quanto em crédito mútuo; na saúde, tanto privada quanto pública, as cooperativas são referência em bom atendimento; no ramo agropecuário temos uma tradição muito forte, sempre com produtos de excelência; no ramo habitacional, diversos bairros da Grande Vitória surgiram por meio de cooperativas; e, no transporte, temos crescido muito nos últimos anos, inclusive no transporte escolar, com mais de 30 mil alunos diariamente. Enfim, a confiabilidade que os empreendimentos cooperativos proporcionam aos seus cooperados tem sido fundamental para o crescimento do sistema como um todo e nos mais diversos setores.

As primeiras cooperativas surgidas no Estado foram no meio rural. De que maneira isso contribuiu para o desenvolvimento do interior?
O cooperativismo tem sido peça chave para o desenvolvimento do interior do Estado, contribuindo para a organização das cadeias produtivas da agropecuária e tornando mais justa a relação campo x cidade, contribuindo, inclusive, com a paz social nas cidades, pela grande produção de alimentos. Tudo isso gera a garantia de trabalho e renda que possibilita o homem do campo permanecer em sua região. Existem municípios em que a presença da cooperativa contribui diretamente para o desenvolvimento da região, como é o caso de São Gabriel da Palha, Santa Maria de Jetibá, Cachoeiro de Itapemirim, Nova Venécia, dentre outras. Somente associadas às cooperativas agropecuárias hoje são 17 mil pessoas. O acesso ao crédito com juros menores, possibilitado por cooperativas, também tem contribuído significativamente para o desenvolvimento das atividades no meio rural. Destaco ainda o papel das cooperativas de transporte escolar que, com sua atuação, têm dado condições para que estudantes da zona rural de boa parte dos municípios do interior consigam ir e vir com segurança.

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