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sexta-feira, 26 abril, 2024

Chuvas: a prevenção é a melhor forma de evitar tragédias

Chuvas: a prevenção é a melhor forma de evitar tragédias
Foto: Divulgação Defesa Civil

Por André Rocha

No início de 2020, moradores de vários municípios do Sul do Espírito Santo sofreram com as chuvas, em especial Iconha. Famílias ilhadas, vidas perdidas e incontáveis prejuízos materiais marcam essas ocasiões, difíceis de serem esquecidas.

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Um ano depois, habitantes afetados ainda se recuperam dos prejuízos. Neste início de 2021, já temos visto alguns estados, inclusive o nosso, afetados pelas fortes chuvas. Mas como evitar que episódios como esses estejam associados a tantas tragédias?

A resposta para essa pergunta começa quando entendemos como uma enchente acontece. Vários fatores influenciam, e um dos que mais podem gerar impacto, além do volume das chuvas, é a ação humana.

A falta de vegetação, principalmente em áreas íngremes como morros, potencializa a quantidade de água que vai para os rios. O solo exposto possibilita, ainda, o carreamento de terra para os leitos causando o assoreamento.

Para que as cidades consigam viver e retomar os seus investimentos sem o medo de outras catástrofes, é necessário avaliar a vulnerabilidade da sua população. Isso porque a chuva e os episódios de enchentes ocorrem periodicamente. No entanto, um ponto chave para o desastre é a ocupação desordenada.

O planejamento urbano – na verdade, a falta dele – é o principal problema, já que este orienta, ou deveria, quanto às áreas mais afetadas por esses eventos. Soma-se, ainda, a suscetibilidade das edificações, ou seja, se elas estão preparadas para receber eventos extremos.

Nas grandes cidades, a falta de saneamento e o descarte de resíduos feito de forma incorreta contribuem para que as enchentes aconteçam ou se agravem. Segundo dados do Sistema Único de Saúde (SUS) compilados pelo jornal O Globo, 2.572 pessoas morreram devido a inundações no País de 1996 a 2016.

Cada região possui suas necessidades específicas, levando em conta as condições geográficas e habitacionais. Obras de macrodrenagem, reflorestamento da bacia hidrográfica, planejamento urbano para coibir ocupação de áreas de risco, elaboração e execução de um Plano Municipal de Contingência para Desastre e Emergência são medidas que precisam ser adotadas pelo poder público, de acordo com a demanda e a urgência de cada região.

Evitar desastres oriundos de eventos naturais, ou pelo menos minimizar seus efeitos, é responsabilidade de todos. Missão que vai desde o descarte adequado do lixo doméstico até uma gestão de riscos eficiente. Diante de tais tragédias, não se pode apontar um único culpado e tampouco responsabilizar a natureza, que tem, por dom, papel fundamental à vida humana.

André Rocha é Engenheiro Ambiental e Especialista em Gestão de Riscos

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