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domingo, 28 abril, 2024

A Revolução da Inteligência Artificial em 2023

Por Eduardo Araújo

Em 2023 a Inteligência Artificial (IA) generativa, particularmente através do ChatGPT, emergiu como um marco tecnológico, ultrapassando a marca de 100 milhões de usuários em apenas dois meses – um feito impressionante quando comparado a outros aplicativos, como o WhatsApp, que levou quase quatro anos para atingir o mesmo número de usuários.

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Esse desenvolvimento ressalta o potencial disruptivo da IA em diversas esferas, abrangendo tanto o setor público quanto o privado e o mercado de trabalho.

No âmbito empresarial, a IA promete transformar radicalmente as operações, oferecendo redução de custos e melhoria na eficiência. Especialmente pequenas e médias empresas podem se beneficiar da IA para automatizar atendimentos e desenvolver estratégias de marketing mais eficazes.

Além disso, o mercado de trabalho está passando por transformações significativas sob a influência da IA. No setor educacional, ferramentas conversacionais têm atuado como tutores, facilitando a autoaprendizagem. Em outras áreas, a tecnologia avança com risco de substituir alguns profissionais autônomos, devido às suas avançadas ferramentas de diagnóstico baseadas em uma vasta base de conhecimentos.

Contudo, a IA generativa não está livre de desafios. Os problemas de “alucinação” de dados, resultando em informações incorretas, permanecem como uma preocupação. No entanto, os avanços recentes, evidenciados pela versão atual do ChatGPT 4.0 Turbo, demonstram a contínua evolução da tecnologia. Os erros e imprecisões têm diminuído, complementados por funcionalidades de refinamento que se adaptam ao contexto específico do conhecimento dos usuários.

É importante notar que esses serviços mais especializados estão disponíveis apenas para usuários pagantes. Sobre essa questão, o historiador e pensador Yuval Noah Harari alerta sobre o potencial da IA em agravar desigualdades econômicas, devido à concentração de dados e riqueza nas mãos de poucas corporações e pessoas. Isso enfatiza a importância de uma adoção equilibrada da IA, visando a garantir que seus benefícios sejam distribuídos de maneira justa.

No setor público, há oportunidades para governos melhorarem a produtividade e eficiência de seus serviços. E há também oportunidades de políticas de apoio à inovação para atração de startups e empresas de tecnologia. Particularmente no Espírito Santo, uma estratégia promissora seria alocar recursos do Fundo Soberano para desenvolver programas integrados com universidades, incluindo bolsas de estudo e programas de residência para atrair pesquisadores estrangeiros, estimulando um intercâmbio de conhecimentos nessa área.

Ao analisarmos esta retrospectiva de 2023, torna-se evidente que a Inteligência Artificial generativa é mais do que uma novidade tecnológica; ela é um catalisador para uma transformação econômica e social abrangente.

Assim, o Espírito Santo, bem como outras regiões, deve permanecer atento a essas mudanças e oportunidades. É essencial criar um ambiente propício à inovação e atrair talentos na área de IA para assegurar que o estado permaneça competitivo e esteja na vanguarda do progresso tecnológico.

Eduardo Araújo é economista e possui Mestrado em Políticas Públicas pela Universidade de Oxford.

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