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sábado, 27 abril, 2024

A oportunidade da renovação

Por Eduardo Pasquinelli

Temos boas notícias por aqui nas terras capixabas. Finalmente a onda de ampliação da mobilidade urbana já faz parte do cotidiano da Região Metropolitana.

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Já se cogita a possibilidade de ampliação do número de estações do recém-inaugurado Sistema Aquaviário. Na onda dos ganhos, há uma boa aceitação da ciclovia da Terceira Ponte e as reclamações sobre as estreitas faixas de rolamento caem por terra frente à redução dos acidentes. Já se faz presente a oportunidade de avaliar a eliminação da praça do pedágio.

Nesse século XXI, nosso tempo custa caro, nossas demandas são resolvidas no tato e na tela do celular. Cair na realidade dói.
O tempo passa mais rápido e a sensação de impotência nos gargalos metropolitanos já é coisa do passado. A intervenção no Portal do Príncipe evidenciou que podemos e devemos interferir nos espaços públicos com ações integradas de mobilidade e de revitalização e/ou requalificação urbana. Nosso Tempo não mais aceita obras de maquiagem, pintar o meio-fio não resolve.

Na questão da mobilidade teremos vários desafios, em diferentes escalas, na conexão dos municípios e na oferta de novas opções de circulação até a rede viária dos bairros e localidades. O Estado carece de novas opções viárias além das BR-101 e 262, a Região Metropolitana convive com essa indefinição há mais tempo do que poderíamos admitir.

O que faz a diferença nos nossos dias é que as melhorias são sentidas na pele e no bolso. Queremos mais. A metrópole precisa de mais e melhores conexões e mesmo novas proposições sobre os eixos que já temos. Cito o exemplo da Rodovia do Sol após o entroncamento com a Avenida Darly Santos: pistas estreitas, alto fluxo e canteiro central perigoso. Ali há a necessidade de um binário, algum estudo precisa ser elaborado. Esse é o ponto da gestão metropolitana: integrar. Que o Instituto Jones dos Santos Neves, a Semobi, o DER e as secretarias municipais se articulem para o debate.

A economia do estado precisa dessas soluções. Não canso de vislumbrar um novo eixo viário atendido por VLT, um eixo longitudinal que venha a conectar a Rodoviária de Vitória ao Aeroporto. O complexo cultural Cais das Artes sem dúvida demandará novas soluções de integração entre bairros e municípios além, é claro, da demanda turística. Esse pode ser um início embrionário de uma rede de transporte de superfície que fortaleça a renovação dos espaços públicos e os bairros ofertados.

As demandas são conhecidas: precisamos de uma nova ponte entre Cariacica e Vitória, e outra ponte ou mergulhão entre Vitória – Ilha de Santa Maria – e a Glória, em Vila Velha. Sim, esse debate precisa sem ampliado, com a participação da Academia e das entidades civis, além do CREA e CAU. Precisamos criar uma gestão participativa, nos moldes do planejamento estratégico. para lançar mão dos investimentos nos próximos cinco, 10 e 20 anos. Muitos dos pontos críticos terão embates sobre a questão ambiental, mas as soluções existem – decerto, com um investimento mais elevado, mas a Grande Vitória, como organismo vivo, precisa de oxigenação.

Eduardo Pasquinelli é arquiteto com especialização em Urbanismo pela UFRJ

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