“Trata-se, evidentemente, de excelente notícia para o presidente da República, que terá a seu lado políticos fiéis”
Por André Pereira César
O período da “janela partidária”, que irá até o início de abril, deverá ter um grande vencedor – o PL, partido do presidente Jair Bolsonaro. A legenda tem registrado a adesão de deputados oriundos de diversas agremiações. Uma boa notícia para as pretensões eleitorais do grupo em outubro próximo.
Até a última terça-feira, 15 de março, o PL contava com sessenta deputados federais em suas fileiras, superando a até então maior bancada na Casa, o União Brasil, hoje com 58 representantes. Em terceiro aparece o PT, com 53 parlamentares.
Por sinal, boa parte dos novos integrantes do PL estão saindo do antigo PSL, hoje em processo de fusão com o DEM no União Brasil. A rigor, são deputados bolsonaristas, como Carla Zambelli (SP), Bia Kicis (DF), Hélio Lopes (RJ) e General Girão (RN). O próprio filho do titular do Planalto, deputado Eduardo Bolsonaro (SP), está se filiando à legenda.
Trata-se, evidentemente, de excelente notícia para o presidente da República, que terá a seu lado políticos fiéis. Os riscos de traição ao longo da campanha eleitoral foram por ora minimizados.
É curioso registrar que o PL coprotagonizou a criação da “Frente Parlamentar Lealdade Acima de Tudo”, de apoio a Bolsonaro. O nome da nova frente diz tudo.
O principal articulador do processo de crescimento do PL é o presidente nacional da agremiação, Valdemar Costa Neto. Sempre próximo ao centro do poder político (vide o governo Lula), ele se mostra novamente um bom estrategista. Até o momento, só obteve êxitos na atual empreitada.
A partir de agora, restará ao presidente Bolsonaro fazer sua parte e recuperar o terreno perdido para o ex-presidente Lula (PT), líder nas pesquisas de intenção de voto. Em tese, as condições políticas estão dadas para o titular do Planalto. Conseguirá ele virar o jogo até outubro?
André Pereira César é Cientista Político e sócio da Hold Assessoria Legislativa.
