De acordo com a CNC, a parcela média de renda comprometida com dívidas chegou a 30,2%. Nas famílias com menor poder aquisitivo, essa parcela alcançou 30,8% da renda. Nas mais ricas, o percentual chegou a 27,4%.
Fonte: Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC)
Cartão de crédito
Com o agravamento da renda, o uso do cartão de crédito permanece na liderança quanto a preferência do consumidor, chegando a 84,6% do total de famílias com dívidas. Se comparado a setembro de 2020, o cartão teve um acréscimo de 5,6%, quando registrava 79%.
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Em seguida, aparecem os carnês e o financiamento de carro em segundo e terceiro lugar nas modalidades mais comprometedoras do orçamento familiar, com 18,8% e 13,2%, respectivamente.
Fonte: Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC)
A psicóloga Clislaine Oliveira já se endividou com o cartão de crédito. Por um erro do próprio banco, ela adquiriu uma dívida muito alta e o seu nome foi parar na lista de devedores do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC). “É um momento delicado, de muita angústia. Traz aquela sensação: e se eu não conseguir pagar?”, relata Clislaine.
Os números preocupam pela falta de perspectiva de quando essa dívida será quitada. Segundo a economista Adriana Rigoni a primeira coisa a se fazer é revisar todos os gastos. “Deve ser feita uma discussão em família de quais são os gastos mais importantes; e, é claro, cortar o que é supérfluo. Mas, a medida que a pessoa for gastando, anotar as despesas em uma planilha ou através de aplicativos no celular”, explica.
Inadimplência
Se por um lado a pesquisa revelou um recorde no endividamento, por outro os indicadores de inadimplência mostraram a segunda redução mensal consecutiva: o percentual de famílias com contas em atrasos atingiu 25,5% do total de famílias, isto é, 0,1 ponto menor do que o nível de agosto, e 1 ponto abaixo do apurado em setembro de 2020. A parcela das famílias que declararam não ter condições de pagar suas contas em atraso caiu para 10,3%, queda mensal de 0,4 pontos, e anual de 1,3 pontos.
Para Rigoni , a diminuição da inadimplência é “uma tendência e faz parte do comportamento do brasileiro. Assim que ele tem uma renda, ele vai procurar quitar os atrasados”, conta.
Fonte: Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC)