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quarta-feira, 1 maio, 2024

Vitória 471 anos: cidade de memórias, histórias, cantos e encantos

Porto de Tubarão, Camburi e Anchieta. Estes são alguns pontos turísticos de Vitória. Também conhecida pelos mais íntimos como Cidade Presépio ou Ilha do Mel.

Por Paula Bourguignon

“Quero ver os capixabas. Vibrando, cantando esta canção. Hino de glória à grandeza. Da Ilha de Vitória. Vitória. Da Vila Nova antiga. Hoje o progresso tem vida. No porto que é Tubarão. A Vitória das vitórias. A terra feliz onde eu nasci. Tem no Penedo bravura. E doçura em Camburi. Vitória. Minha querida Vitória Estribilho. És a cidade presépio. Orgulho do meu coração! Bis. De Anchieta a Monteiro. Lutando, mostrando o teu brasão. Que não se entrega não! Vitória. Se estou longe é saudade. Que o meu peito invade. E faz chorar de emoção. Hoje eu canto a minha terra. Pedaço de céu do meu país. Que Santo Antônio proteja. Esta terra tão feliz. Estribilho. Bis. Minha Vitória!”

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Você sabia que essa canção foi feita pelos músicos Carolos Cruz, Almeida Rego e Maestro Carioca, autores da música e da letra e do arranjo?

Esse é o Hino de Vitória, chamada de cidade Sol e Ilha do Mel.

Vitória completou nessa quinta-feira 471 anos, mas por que esta cidade encanta tantas pessoas?

Conheça algumas das curiosidades da cidade: Vitória é a capital capixaba. Tem lindas praias bem próximas da região serrana do Estado: a 114 km de Venda Nova do Imigrante e a 52 km de Domingos Martins.

Vitória possui 33 ilhas e uma proporção continental. A cidade encanta seus moradores.

“Eu não consigo me imaginando nascendo em outro lugar. Aqui me fascina tudo. Sou complemente apaixonada por ter nascido aqui e criado meus filhos. Sou capixaba raiz, como diz. Orgulho muito da cidade”, disse Maria de Lurdes, 80 anos.

Vitória é tão apaixonante que fez os pais e os 8 irmãos de Aldezir Zanotelli, 73 anos chegarem de São Gabriel da Palha, região noroeste capixaba, e não quisessem mais sair daqui.

“Quando cheguei pela primeira vez a Vitória, foi em 1964, há 58 anos atrás. Viemos para estudar e trabalhar. Vitória era chamada cidade presépio do Brasil, de tão pequena que era. Nos encantamos pelas belezas da cidade, o Porto de Vitória, o Centro Histórico, que realmente é muito bonito, a Catedral, Palácio Anchieta, os teatros, o mar, as praias, os canais que ligam vitória a Santo Antônio. Assim não queríamos nunca mais sair daqui de tão maravilhados com as paisagens e com os lugares”, disse o autônomo Aldezir Zanotelli, 73 anos.

Mas você sabe porque Vitória é conhecida como “Cidade Presépio”? Como Vitória foi se transformando ao longo da sua história?

Nesta edição, iremos também recordar algumas lindas histórias de quem nasceu e vive há décadas aqui.

Vamos dar um passeio em alguns pontos turísticos da cidade. Você é o nosso convidado especial. Vamos?

Curiosidade

Outro fato curioso é que, no Dia da Independência, Dom Pedro II visitou o Espírito Santo.
“Dom Pedro II foi recebido no Palácio Anchieta, na Baía de Vitória, no Porto, no dia 26 de janeiro de 1860, segundo informações do livro “Viagem de D Pedro II ao Espírito Santo”, escrito por Levy Rocha. Um dos maiores historiadores capixabas. Neste livro, é retratado que ele conhece a cidade, Dom Pedro II tinha o hábito de anotar ideias e visitas em um diário.

Entre as anotações, ele mencionou:

“Entrada do Espírito Santo. Moreno; Penha do lado Sul. Mestre Álvaro, do lado do Norte, que se vê com tempo claro até de 60 milhas ao mar, baixos do Burro e Cavalo ao Sul e da Baleia ao Norte, Ilha do Boi, do Des. Souto forte do Moreno; Vila Velha na base da Penha, portão e nicho no começo da subida da Penha, Pão d’Açucar ao Sul, portão e nicho João ao Norte, Jucutuquara ao lado N., com seu mamilo sobre o cumprido de garanito no alto da montanha, boa casa; do Monjardim, genro do Capitão-mor Francisco Pinto ao lado do Sul sítio da Pedra d’Água , ou de Santinhos”.

Cidade Presépio

Vitória é popularmente conhecida como “cidade presépio” pelas luzes que encantam todos os cantos da cidade à noite e pelo reflexo delas na grandiosa baía da capital. O carinhoso apelido foi dado ainda no século passado.

Com o passar dos anos, a ocupação urbana se expandiu, alguns cenários urbanos foram transformados e alguns pontos da cidade ficaram ainda mais iluminados.

A fama começou por volta de 1930, com o poeta capixaba Haydeé Nicolussi, que em um de seus poemas dizia que Vitória é “como um presepe” (que significa presépio). Só que anos mais tarde, a própria autora batizaria Vitória de Cidade Presépio.

A escritora Haydée Nicolussi (1905/1970) nasceu em Afonso Cláudio e ficou conhecida por ser a primeira escritora modernista capixaba. O autor Carlos Drummond de Andrade a apelidou carinhosamente de “revolucionária romântica”.

“Vale lembrar que Vitória recebe este título somente no século XX, e ela é considerada Cidade Presépio justamente por conta das suas iluminações. A vista da Baía de Vitória com os casebres todos iluminados lembrava o cenário de um presépio. Até hoje, quando descemos a Terceira Ponte, vemos toda a iluminação de Vitória à noite, formando uma paisagem e um cenário muito lindo. É justamente por conta desta beleza e por essa iluminação que Vitória recebe este nome Vitória, cidade presépio”, explicou Miqueline Ferreira de Freitas.

Histórias

O aposentado Mario Alberto Zardine Peixoto, 82 anos, é capixaba da gema e sente muito orgulho disso. E olha que não faltam boas recordações:

“Eu nasci no Hospital Dório Silva, que ficava próximo à Avenida Vitória, em 1940.d Uma saudade que tenho era andar de bonde. Como eu gostava. Saía da Vila Rubim, onde morava, e ia até o Colégio Salesiano. Isso com os meus 12 anos. Ia sozinho porque era tudo muito tranquilo”.

Ele também recorda: “Jogava bola no Álvares Cabral, antes tinha um terraço ao lado da Ponte Seca. Eles tinham uma parte naútica e a outra sede esportiva. Comecei a jogar futebol de salão aos 12 anos também. Frequentava muito o Parque Moscoso com um grupo de amigos. Além disso, íamos ao cinema, no Centro. Não posso esquecer o Theatro Carlos Gomes, que era um cinema mais popular, toda segunda passava um seriado de bang bang”, recorda.

Para finalizar, Mario disse que se sente orgulhoso de ter nascido e passado sua juventude em Vitória: “Sou orgulhoso em ser capixaba. Cresci aqui e vivi minha juventude toda aqui. Meu primeiro emprego também foi aqui”.

A aposentada Maria das Graças Souza Macedo, 74 anos, nasceu e viveu em Vitória. Com muito carinho, ela, que tem 10 irmãos, conta como foi sua infância e adolescência na cidade:

“Fiz o jardim de infância no colégio Zélia Viana de Aguiar. O primário fiz na Maria Ericina Santos, ambos no Centro. Nasci e vivia próximo ao Parque Moscoso. Gostávamos muito de brincar lá, por conta do lago e das paisagens que tinha. Também íamos muito à praia, onde atualmente tem o posto de gasolina, na Praia do Canto, próximo à pracinha dos Namorados. Andávamos muito de bicicleta na rua e brincávamos em casa também. Não existia tanta violência. Já na adolescência me recordo que frequentávamos a missa na Catedral de Vitória e o cinema em Santa Cecília e São Luis, ambos no Centro. Foi uma infância muito tranquila e calma aqui em Vitória.

Infância

Já Enoque de Castro Pereira nasceu em Nova Almeida, na Serra, mas já mora em Vitória há 65 anos. Ele recorda com muito carinho a chegada de sua família no município:
“Meu pai era comerciante e fundou a primeira casa de tecido em Nova Almeida, na Serra.

Quando viemos para cá, ele e meu primo fundaram a padaria Tradição, mais conhecida como Pão Gostoso, nos Reis Magos. Depois, fez um bar na Marechal Campos. A vida da minha família era comércio”.
Na década de 60, a família de Enoque criou a primeira fábrica de picolés, em Maruípe: Dona Penha do Picolé, nome da mãe:

“A meninada se reunia para comprar o picolé do meu pai. Tinha vários sabores que na época não existia, como groselha e tapioca. Além disso, lembro que ele criou a cobertura de chocolate. Eu e meus irmãos acabávamos participando disso, porque a nossa casa ficava atrás do comércio. Muitas vezes, as pessoas chegavam com caixa de isopor para vender nas praias de Santa Helena e na Enseada do Suá”, disse Enoque.

Uma boa recordação que o aposentado tem é a ida às praias: “Minha infância em Vitória foi maravilhosa. Íamos muito às praias, como: Praia do Canto, Curva da Jurema. Já a Ilha do Príncipe era tudo água. Dormíamos cansados de tanto brincar de bolinha de gude, pipa e roda de conversa. Já na adolescência, frequentei o IBES, em Vila Velha, e o Álvares Cabral, para dançar. Lembro que assistia a bons jogos no estádio do Rio Branco, no IFES. Era uma época muito boa, onde curtíamos a natureza e os vizinhos e podíamos fazer as programações sem preocupação”, recorda.

Uma mensagem que Enoque deixa para o aniversário de Vitória é: “Vitória é uma das melhores cidades em qualidade de vida e uma das mais bonitas. Desejo que possamos usufruir tudo que ela possa oferecer”.

Apesar de nascer em Minas Gerais, Terezinha Luiza Rosa, com 68 anos, mora em Vitória há 46 anos e se sente muito feliz em viver aqui:

“Não troco Vitoria por lugar nenhum. Amo passear, conhecer lugares novos”, menciona Terezinha.

Agora só nos resta desejar que Vitória seja feliz e próspera. Que continue sendo esta ilha que tanto encanta os capixabas, moradores e turistas. Gratidão a todos os momentos bons, histórias e recordações que enchem o coração de otimismo e alegria para os próximos dias que estão por vir.

Vitória, Vitorinha, Cidade Presépio, que você continue sendo luz na vida de todos que passam por você!

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