Em entrevista à ES Brasil, deputada Camila Valadão comenta trajetória política, polêmicas no Legislativo, além de críticas ao prefeito Lorenzo Pazolini
Por Robson Maia
A mulher mais votada na história do Legislativo do Espírito Santo com 52.221 votos. Ela também foi a primeira vereadora negra eleita para a Câmara Municipal de Vitória, ainda em 2020. Camila Valadão (Psol) tem se posicionado como uma das vozes políticas da esquerda capixaba e se destacado por seu mandato “independente” na Ales.
Em entrevista à ES Brasil, a parlamentar comentou a sobre a trajetória política pautada em movimentos sociais. Valadão, por muitas vezes, classifica o seu mandato como “coletivo”, em função das pautas englobadas tanto em tempos como vereadora na capital capixaba, quanto na Assembleia Legislativa.
“Eu sou militante, partidária, ativista social na defesa dos direitos humanos há muitos anos no estado do Espírito Santo. Tive uma primeira candidatura ousada com trinta anos ao governo, na época, a perspectiva era de representar o nosso partido, apresentar uma plataforma política.” relembrou a deputada.
Valadão classificou as chegadas aos principais palcos políticos do Estado como um “resultado natural” em função do trabalho desenvolvido em lutas sociais.
“Eu sempre tive o pé muito firme na luta. Então militei o movimento de mulheres, acompanhei o movimento negro, militei o movimento estudantil na época. Fui integrante do Conselho Regional de Serviço Social, que é a categoria que eu integro, ou seja, uma vida muito dedicada à luta por convicção política. Então os resultados eleitorais são uma espécie de consequência de toda essa trajetória e de todo esse trabalho.” apontou a parlamentar.
Ao relembrar o período que ocupou a cadeira do Legislativo de Vitória, Valadão definiu sua atuação como “intensa”. Eleita com 5.625 votos para uma vaga na Câmara, a ex-vereadora apontou o sucesso do mandato devido ao reflexo na votação para o parlamento estadual.
“A minha passagem pela Câmara de Vitória foi rápida, mas foi intensa. E isso ficou muito marcado pro cidadão e pra cidadã da nossa cidade. Tanto que eu tive a honra de ser a candidata mais votada da história de Vitória. Entre homens e mulheres, chegou à Assembleia Legislativa com a maior votação do município ao longo de toda a história do processo democrático.” comemorou Camila.
Ainda em avaliação do período em que atuou como representante municipal, ela não poupou críticas à gestão do atual prefeito, Lorenzo Pazolini (Republicanos), classificando-a como um retrocesso para o município em diversas áreas, como saúde, educação, cultura e até mesmo com a zeladoria.
“Vitória é uma capital que tinha um histórico importante de avanços em várias políticas sociais, como saúde, educação, habitação. E o que que a gente observou ao longo desse período da gestão do atual prefeito foi um retrocesso. Eu dizia o seguinte: “olha, é difícil conduzir uma má gestão na cidade de Vitória”, mas o prefeito se esforçou e conseguiu fazer isso.” declarou a deputada do Psol, que relembrou também o episódio polêmico do carnaval de Vitória.
Entre outros assuntos, o bate papo com a deputada abordou as polêmicas na Ales (saída do bloco parlamentar, tíquete-alimentação para deputados, presidência da Comissão de Direitos Humanos e posição em relação a gestão Renato Casagrande).
Confira a entrevista completa com a deputada Camila Valadão no vídeo abaixo: