O futuro do turismo capixaba depende do esforço conjunto e da visão compartilhada de um setor integrado, forte e sustentável
Por José Antonio Bof Buffon
O turismo é uma atividade econômica complexa e multifacetada, cujo desenvolvimento sustentável exige cooperação e produz sinergias entre instituições, além de requerer ações articuladas entre o setor público e a iniciativa privada. O desenvolvimento do turismo demanda, além de uma governança eficiente, canais de diálogo abertos, estruturados e recíprocos entre os entes governamentais e privados.
Nos últimos dois anos, vimos avanços ainda tímidos, mas significativos e promissores, tanto no fortalecimento da cooperação entre agentes privados quanto na articulação com o governo. Por um lado, o Governador posicionou o turismo como prioridade estratégica, materializando esse compromisso com iniciativas concretas, como a construção de um novo Centro de Eventos em Carapina e o aumento dos recursos destinados à Secretaria de Estado de Turismo (SETUR). Esses movimentos são claros indicadores de que o setor está ganhando relevância nas políticas públicas.
Por outro lado, no setor privado, o relançamento da Câmara Empresarial do Turismo pela Fecomércio-ES, agora mais robusta e inclusiva, representa um marco importante. Soma-se a isso o direcionamento estratégico do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (SENAC) e do Serviço Social do Comércio (SESC).
O SENAC, com sua expertise em capacitação e treinamentos, colabora diretamente com territórios e entidades, enquanto o SESC potencializa seus ativos hoteleiros em prol da promoção dos destinos capixabas.
Essas iniciativas estão consolidando bases sólidas para o setor. A cooperação entre entidades privadas, a articulação com a SETUR e a participação conjunta em eventos nacionais são exemplos de um alinhamento que começa a gerar frutos. No entanto, o caminho ainda é longo e desafios persistem. Há necessidade de mais recursos, reforço nas equipes da SETUR, investimentos em atrativos turísticos, melhorias nas infraestruturas existentes e, principalmente, uma maior promoção do Espírito Santo em mercados estratégicos.


O desenvolvimento do turismo exige um esforço integrado. Não há solução isolada: as operadoras devem estruturar produtos, empresários e entidades precisam se organizar e engajar, e o governo deve continuar priorizando investimentos e parcerias.
Um exemplo promissor dessa integração é o edital de parceria com operadoras turísticas lançado pelo SEBRAE. Essa iniciativa inédita não apenas abrirá novos canais de promoção, mas também estimulará um aprendizado coletivo e cooperativo entre os principais elos da cadeia produtiva.
A perspectiva para 2025 é de avanço e, com o compromisso e a colaboração de todos os atores envolvidos, o Espírito Santo poderá consolidar sua posição como um destino turístico de destaque. O desafio é grande, mas o potencial é ainda maior. O futuro do turismo capixaba depende do esforço conjunto e da visão compartilhada de um setor integrado, forte e sustentável.
Estamos no caminho certo, mas é preciso acelerar o passo.
José Antonio Bof Buffon é economista e secretário executivo da Câmara Empresarial do Turismo da Fecomércio-ES.
*Artigo publicado originalmente na revista ES Brasil 225, de dezembro de 2024. Leia a edição completa da Retrospectiva 2024 aqui.