Espírito Santo tem segundo ano seguido de resultado positivo, de acordo com os dados do Observatório Findes. Projeção para 2025 fica em torno de 0,5%
Por Kikina Sessa
O ano de 2024 foi marcado pelo crescimento da atividade econômica, tanto no Espírito Santo, quanto no Brasil. Em meio a um contexto de aumento da taxa básica de juros do país (Taxa Selic), da alta dos preços ao consumidor, da desvalorização da moeda nacional em relação ao dólar, do mercado de trabalho aquecido e da melhoria da renda média do trabalhador, a economia capixaba cresceu 2,3%, o segundo ano consecutivo de alta. Em 2023, a alta foi de 4,7% em relação ao ano anterior.
Segundo o Indicador de Atividade Econômica (IAE-Findes), calculado pelo Observatório Findes, todos os setores econômicos do Estado cresceram ao longo do ano passado: agropecuária (7,4%), serviços (2,5%) e indústria (0,7%). Os dados foram divulgados em coletiva de imprensa realizada nesta terça-feira (11), na sede da Federação, em Vitória.
O presidente da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), Paulo Baraona, lembrou que o ano de 2024 começou com uma expectativa mais positiva, porém, o ano foi de desafios. A Taxa Selic, por exemplo, começou o ano em queda, mas no meio do caminho, mudou sua trajetória e terminou em alta, chegando a 12,15%.
“Apesar da elevação dessa taxa impactar o investimento, o tornando mais caro para o empresário, o Espírito Santo vem recebendo projetos significativos a curto e médio prazo. Como o recentemente divulgado pela Petrobras (R$ 35 bilhões para o Espírito Santo até 2029); a implantação de um laminador de tiras a frio e uma linha de revestimento contínuo pela ArcelorMittal (R$ 3,8 bilhões); e a repactuação do contrato da ECO-101 com a ANTT (R$ 7 bilhões)”, explicou.


Ainda de acordo com Baraona, atualmente, a Findes tem mapeado, na Bússola do Investimento, um montante superior a R$ 103 bilhões em investimentos produtivos confirmados até 2030. “Cerca de 92,7% desse valor tem como origem capital misto ou privado. Além disso, do total a ser aportado, R$ 78,5 bilhões, ou seja, 75,8%, são provenientes do setor industrial capixaba. Isso mostra o quanto a indústria está se mobilizando e buscando manter o seu crescimento sustentável no Estado”, comentou.
Para 2025 perspectivas moderadas
A gerente executiva do Observatório Findes e economista-chefe da Findes, Marília Silva, apontou que para 2025 as perspectivas são mais moderadas. De acordo com a projeção realizada pelo Observatório Findes, espera-se um crescimento na atividade econômica do Espírito Santo em torno de 0,5%.
“Por um lado, temos uma expectativa de aumento da produção de minério de ferro e da produção de petróleo e gás no Estado, contribuindo positivamente com o resultado. Por outro, a bienalidade negativa do café, a expectativa de taxa de juros elevada, os efeitos da política estadunidense e a estabilidade no crescimento econômico global podem ser desfavoráveis para o Espírito Santo. Vale lembrar que a projeção que fazemos pode mudar ao longo do ano, devido aos fatos novos que surgem na economia”, declarou a economista. Com informações da Findes