Políticas tarifárias para importação e exportação do aço podem interromper plano da ArcelorMittal de construir duas novas linhas de produção na unidade siderúrgica de Tubarão
Por Kikina Sessa
No início de fevereiro de 2025 a ArcelorMittal, companhia siderúrgica responsável por produzir mais de 40% do aço brasileiro, anunciou um mega investimento no Espírito Santo. O plano da empresa é construir duas novas linhas de produção, uma de laminação e outra de galvanização, totalizando cerca de R$ 4 bilhões na unidade de Tubarão, no município da Serra.
Nesta semana, o novo presidente da companhia no Brasil, Jorge Oliveira, disse que o investimento pode ser revisto se o Brasil não frear as importações de aço. Ao blog Capital, do jornal O Globo, Oliveira disse que mesmo a sobretaxa de 25% imposta pelo governo brasileiro a 11 tipos de aço não tem sido capaz de conter a enxurrada de produtos de fora. Essa sobretaxa tem prazo para acabar no fim deste mês de maio.
De janeiro a março, as importações de produtos acabados de aço cresceram 34% no país sobre o mesmo trimestre de 2024, conforme números oficiais. “Maio é um mês chave para discutirmos o futuro do setor de aço”, afirmou Oliveira.
Outro impacto foram as medidas tarifárias do presidente dos EUA, Donald Trump, em vigor desde 12 de março de 2025, que atingiram as exportações de aço do Brasil para o mercado americano.
A informação do presidente da ArcelorMittal Brasil acendeu um alerta no meio empresarial capixaba que espera que o governo federal imponha barreiras à entrada de aço no país como forma de proteger a indústria local.


O investimento da Arcelor é importante para toda cadeia econômica do Espírito Santo e é um diferencial competitivo para a indústria capixaba, afirma o Sindicato das Indústrias Metalúrgicas e de Material Elétrico do Estado do Espírito Santo (Sindifer).
“Acreditamos que essa seja uma condição momentânea. Essa guerra de tarifas não vai sobreviver, porque está provocando no mundo uma reação em cadeia. Em algum lugar a ArcelorMittal fará esse investimento e não tem lugar melhor para esse projeto do que no Espírito Santo”, comentou Haroldo Massa, diretor do Sindifer.