24.9 C
Vitória
sexta-feira, 26 abril, 2024

Sequelas pós-covid: estamos preparados?

Com o avanço da vacinação e a redução de casos e mortes decorrentes da covid-19, o Brasil e o mundo respiram a esperança do fim da pandemia.

Por Munik Vieira

São fortes evidências que teremos dias melhores, mas ainda é preciso tomar todas as precauções e orientações desde o início da pandemia, como relata a pneumologista e especialista em Medicina do Sono, Jéssica Polese.

- Continua após a publicidade -

Síndrome pós-covid

“Um grupo que poucos discutem e tem urgência em atenção refere-se aos ‘curados’ da covid-19. Nesse grande grupo de curados existem indivíduos doentes com uma síndrome recentemente denominada síndrome pós-covid ou covid crônico”, afirma a especialista. Em número incerto, mas ainda crescente de maneira assustadora, estão indivíduos com sequelas ou doenças causadas pela covid-19 que permanecem sem diagnóstico e sem abordagem adequada.

Sintomas

De acordo com a médica, os sintomas variam da ordem psiconeurológica a sintomas físicos incapacitantes causando enorme sofrimento físico e mental. “Esses indivíduos possuem queixas de ansiedade, pânico, alterações no sono e sintomas depressivos e são ainda piores naqueles indivíduos que necessitaram de internação ou apresentaram quadros mais graves”, relata.

“Os traumas do isolamento, a perda de amigos e familiares, tornam o cenário pior, num crescente de sintomas. As alterações físicas incluem problemas cardiovasculares, pulmonares e musculares tão intensos e às vezes limitantes”, explica Jéssica.

Os estudos são claros em evidenciar a “Síndrome pós-covid”, que excede o quadro agudo em mais de seis meses. A pandemia submeteu os sistemas de saúde de todo o mundo a uma sobrecarga no funcionamento e agora que a fase aguda já passou não houve preparo para os sobreviventes.

“Esses sobreviventes enchem os consultórios com sintomas variados, o que exige nova superação do sistema de saúde e de toda a cadeia envolvendo o atendimento público, privado e assistência social para os inválidos”, pontua.

Para Jéssica, “é preciso um direcionamento assertivo com a meta de reintegrar, diagnosticar, tratar e reabilitar os ditos “curados”, com um atendimento multidisciplinar e ativo, com a finalidade de mitigar sofrimento, reduzir doenças secundárias à covid aguda – como doenças metabólicas e cardiovasculares – além de adequada assistência e amparo psicológico e psiquiátrico, com a finalidade de retornar esse indivíduo ao trabalho e a sociedade. Esse é o real ponto de partida para a recuperação brasileira pós-pandemia”.

Entre para nosso grupo do WhatsApp

Receba nossas últimas notícias em primeira mão.

Matérias relacionadas

Continua após a publicidade

EDIÇÃO DIGITAL

Edição 220

RÁDIO ES BRASIL

Continua após publicidade

Vida Capixaba

- Continua após a publicidade -

Política e ECONOMIA