Entenda os efeitos nocivos dos gases produzidos pelas queimadas e como proteger a saúde respiratória nesta época do ano
Por Otávio Gomes*
Assim como o resto do país, o Espírito Santo vem registrando um aumento do número de focos de incêndio em 2024. Na comparação anual até agosto, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Espaciais (Inpe) registrou um aumento de 73% das queimadas no Estado. Além do prejuízo ambiental, a alta nas queimadas também acompanha o crescimento da incidência e o agravamento de doenças respiratórias.
Segundo previsões de institutos de meteorologia, o mês de setembro será de baixa umidade, temperaturas elevadas e chuvas abaixo da média, uma receita conhecida para o alastramento da fumaça produzida pelos incêndios. A médica pneumologista do Centro Regional de Especialidades (CRE) Metropolitano, Kristiane Rocha Moreira Soneghet, explica que o contato dos gases produzidos pelo fogo com as vias respiratórias pode colocar a saúde pulmonar em risco.
“Nas queimadas e incêndios são produzidos e liberados grande quantidade de partículas e gases que podem ser tóxicos, como, por exemplo, o monóxido de carbono. E a inalação dessas substâncias irrita diretamente a mucosa respiratória, levando a pessoa a desenvolver sintomas ou, então, descompensar doenças pulmonares já existentes, como asma, Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC), entre outras”, disse a médica.
A especialista afirma que a fumaça pode provocar desde sintomas leves, que incluem tosse, falta de ar e irritação nos olhos e garganta, até o desenvolvimento de doenças, especialmente em grupos de risco.
“A exposição prolongada nessas condições pode levar a complicações mais graves, aumentando o risco de infecções respiratórias e doenças cardíacas. Os grupos mais vulneráveis são as crianças e os idosos e as pessoas com doenças respiratórias pré-existentes. Evitar a exposição à fumaça e buscar ambientes com ar mais limpo é essencial”, completa.
Entre as medidas recomendadas pelos médicos para proteger a saúde respiratória durante esta época do ano estão:
- Mantenha-se hidratado
- Realize lavagem nasal com soro fisiológico
- Evite o ar quente: tente buscar ambientes climatizados e com boa ventilação.
- Se possível, use um umidificador para melhorar a qualidade do ar.
- Evite atividades físicas intensas. Limite atividades ao ar livre durante os períodos de calor intenso ou perto de áreas de queimadas recentes.
- Proteja-se da poluição e fumaça com uso de máscaras.
- Mantenha as consultas médicas em dia para o controle da doença já existente.
- Em caso de falta de ar, procurar atendimento médico.
Outras dicas de prevenção podem ser consultadas através deste link.
*Sob supervisão de Erik Oakes