Muitas pessoas têm observado o tempo mais seco. Mas isso tem alguma explicação?
Por Paula Bourguignon
O tempo seco está incomodando os capixabas. Mas qual a explicação para esse fenômeno em pleno inverno?
O Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper) explica que a metade Sul do Estado, composta por Grande Vitória, Região Serrana e municípios da Região Sul capixaba, está sem registrar chuva considerável desde o mês de março.
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Por isso, estão ocorrendo impactos nos níveis dos rios e no desenvolvimento das atividades agropecuárias, além do clima seco sentido pela população. O trimestre mais seco, de acordo com a climatologia, coincide exatamente com os meses de junho, julho e agosto.
Algumas pessoas também têm relatado que durante o dia sentem calor e, quando chega a noite, o vento está gelado. Alguma razão? Isso se deve, principalmente, ao aumento da amplitude térmica diária, que é a diferença entre a temperatura mínima e máxima que ocorre ao longo do dia.
A boa notícia é que o período mais chuvoso no Estado está prestes a começar. A expectativa é que a chuva comece a aumentar sua frequência já a partir do próximo mês, quando se inicia o período chuvoso no Estado.
“De acordo com os modelos de previsão climática, a tendência é que em setembro, outubro e novembro exista uma grande probabilidade de volume de chuva, ou seja, ficar acima da média climatológica do Estado”, disse o meteorologista Hugo Ramos.
Água
“O mais importante nesta época é quando se utilizar da água de forma consciente e responsável, para evitar um colapso por falta de água e que isso de agrave, pois estamos com menos água devido à falta de chuva”, ponderou o meteorologista.
Incêndio
O tempo seco, combinado com outros fatores, como ventos fortes e vegetação seca, aumenta o risco de incêndios em áreas de mata de Vitória. Diferente de outros anos, 2022 tem se mostrado atípico, já que o período de maior estiagem, que normalmente se estende de agosto a setembro, neste ano, teve início ainda no mês de julho.
O Corpo Bombeiros do Estado registrou, de janeiro a agosto, 2.727 casos de incêndio. Em agosto, foram 830 casos. O capital Heitor explica o principal motivo: “Neste período de estiagem, é natural a vegetação ficar mais seca e perder água. Isso acaba se tornando mais fácil e propenso os incêndios nos locais onde se tem vegetação, disse o Capitão Heitor”.
“Verificamos esse aumento tão significativo de incêndio nas vegetações, devido a estiagem está mais prolongada, choveu muito abaixo da média história. Os locais que mais tiveram incêndio foram Região Metropolitana e Sul do Estado”, reforça o Capitão.
A Prefeitura, por meio da Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semmam), também faz um trabalho preventivo, mantendo o monitoramento de todas as áreas verdes do município e equipes de vigilantes florestais, que são treinados e atuam como brigadistas nos primeiros combates aos incêndios florestais.
Entretanto, a colaboração da população é fundamental, no sentido de não atear fogo em nenhum local e, também, fazendo de núncias caso verifique alguma ocorrência. A Semmam também implantou aceiros nos parques, que consistem em faixas onde a vegetação foi completamente eliminada da superfície do solo, para prevenir a passagem do fogo.
