Por Arilda Teixeira
Não precisa ser exímio orador. Basta saber qual é a fala que cabe para um Chefe de Estado.
Não precisa ser conservador. Basta não ser preconceituoso.
Não precisa ser o salvador da pátria. Basta implementar um Projeto de País que corrija os entraves ao pleno desenvolvimento, econômico, social e institucional.
Não precisa ser onisciente. Basta saber reconhecer e respeitar os limites que uma República Presidencialista Democrática impõe a um Chefe de Estado.
Não precisa ser democrata. Basta respeitar o regime democrático que o elegeu.
Não precisa ser adepto ao diálogo. Basta reconhecer a necessidade de havê-lo em uma República Presidencialista Democrática.
Não precisa ser republicano. Basta ter integridade moral para cumprir os decoros que cabem a um Chefe de Estado em uma República Presidencialista Democrática.
Não precisa ser inteligente, basta usar a consciência coletiva como critério para decidir as questões de Estado.
Não precisa moldar o país à sua imagem e semelhança. Basta não antepor os interesses de seus familiares e de seus grupos de apoio, aos da República.
Não precisa ser um liberal democrata. Basta não sucumbir ao nepotismo, fisiologismo e clientelismo.
Não precisa bajular as Forças Armadas. Basta mantê-las cumprindo, exclusivamente, o papel que lhes foi atribuído pela Constituição de 1988 – resguardar a Segurança Nacional.
Não precisa ser inteligente. Basta trabalhar para que sejam eliminados os entraves à prosperidade econômica e social, preservando o que já está na direção certa.
Não precisa ser onisciente, (porque ninguém é). Basta ter resiliência para enfrentar e rechaçar as pressões de grupos de interesses contrários aos legítimos interesses da Nação.
Não precisa acreditar que há riscos ambientais. Basta respeitar acordos internacionais já assinados pelo Brasil, para fiscalizar e punir atitudes que ameacem o equilíbrio ambiental.
Não precisa conhecer todos os trâmites da República. Basta saber que, enquanto Chefe de Estado Republicano e Democrático, suas decisões devem ser para atender aos interesses do País; porque, no cargo de Presidente, não há espaço para interesse pessoal.
Não precisa sancionar o fisiologismo do Poder Legislativo, nem a fogueira de vaidades que queima no Judiciário. Basta não os usar como justificativa para a prevaricação de seus familiares.
Não precisa entender de economia. Basta saber escolher Ministro da Economia.
Não precisa aceitar o Teto de Gastos. Basta respeitá-lo.
Não precisa compreender o Sistema Tributário. Basta reconhecê-lo como meio para estimular a economia e não para aumentar receita para sustentar os incontroláveis excessos de gastos da Administração Pública brasileira.
Não precisa ser contrário ao desenvolvimentismo. Basta expurgar a conveniência política dos projetos desenvolvimentistas.
Não precisa acreditar que há pandemia viral. Basta reconhecer que a COVID-19 é um choque inflacionário de custo que precisa de medidas econômicas para ser controlado, e sanitárias para preservar vidas.
Os interessados devem se preparar para cumprir o solicitado acima, e registrar suas candidaturas para 2022.
Arilda Teixeira é economista e professora da Fucape Business School