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domingo, 28 abril, 2024

Política: entre virtudes e vícios

A política é uma criação da capacidade de socialização do humano, e, portanto, ela é uma atitude e deve ser utilizada para se alcançar mais justiça social

Por Manoel Goes Neto

O ser humano é eminentemente um ser político, e chega a surpreender a paradoxal contradição que a política exerce nas nossas vidas cidadãos e cidadãs políticos. A política é uma criação da capacidade de socialização do humano, sendo, portanto, uma atitude, uma prática quase natural da ação humana. Isso pode ser considerado desde que uma pessoa escolha morar no meio da floresta, sozinha e isolada da sociedade, até outra pessoa em um apartamento na maior metrópole do planeta. Isolar-se tem como pano de fundo uma decisão ideológica, assim como conviver com tudo de mais moderno que o ser humano produz também. Isso porque a política também se constitui, por ser uma produção da sociedade, em uma constante comparação entre o ente coletivo e o ente indivíduo.

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Iniciamos 2024, mais um ano político, onde teremos eleições para prefeitos e vereadores em mais de 5.560 municípios por todo o país com o 1º turno em 06 de outubro. Portanto, um ano político na sua essência. Mas, afinal, por que se faz política com modelos tão ultrapassados em pleno século XXI?

Se faz política por crença, convicção, ideologia, mas há de ter um propósito maior de melhorar a vida das pessoas, criando condições para que o país possa crescer e oportunizar chances, permitindo às pessoas a ascensão mínima para terem oportunidades de escolhas, prestando atenção às pessoas que, dentro do sistema econômico, são os mais vulneráveis e que possam ter as mesmas chances que tantos. Será que os candidatos pensam assim, agem assim? É possível que nos chamados “planos de governo” deles, tenhamos essas premissas.

Mas como fazer com que os vulneráveis sejam integrados ao sistema, via políticas públicas. É necessário recursos, muito dinheiro. Atenção àqueles que já nascem com uma dívida estrutural, uma herança negativa e que não foi feita por eles. Importante lembrar que os países que conseguiram dar oportunidades, com muito investimento social, atendendo às necessidades básicas dos cidadãos, foram bem-sucedidos.

Nosso país tem todas as condições para atingir esse patamar, basta ter um mínimo de seriedade, de vontade política, com políticas públicas estruturantes, com o firme propósito de melhorar a vida das pessoas, tendo acesso a um nível de vida mínimo e digno. Para isso, o país tem que crescer, produzir mais riquezas, vindo a ter condições de arcar com a suas despesas e dar a atenção devida aos mais vulneráveis, dando a eles condições de escolhas.

Temos, então, grande responsabilidade na hora de depositarmos os nossos votos. Não podemos perder de vista as virtudes da Política, que é, no trilho da história, o desenvolvimento da humanidade.

Com o passar dos anos, passamos por avanços e retrocessos, por derrotas e conquistas, mas a grande disputa é para que a política seja utilizada, se votarmos corretamente, para se alcançar mais justiça social, igualdade, liberdade, solidariedade, felicidade, o que caracterizamos como virtudes da política, quando é praticada e buscada para todos e todas. Ou, se a política será utilizada para interesses egoístas, injustos e desiguais, perpetuando o poder para poucos que buscam o melhor apenas pra si e para os seus iguais.

Por Manoel Goes Neto é produtor cultural e escritor

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