Superintendente do Sebrae/ES, Pedro Rigo chama atenção para equilíbrio fiscal e taxas de desemprego e PIB superiores à média nacional em entrevista à ES Brasil
Por Robson Maia
Somente no mês de agosto, as micro e pequenas empresas (MPE) foram responsáveis pela criação de mais de 70% do total de empregos gerados no país. Os dados divulgados pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) apontou que das 278,6 mil contratações no período, 199,6 mil vagas formais foram criadas por esses modelos de empresas.
Com crescimento considerável, as discussões em torno do desafio da manutenção do crescimento e fortalecimento das MPE ganham cada vez mais destaque nos debates políticos e econômicos. Em entrevista à ES Brasil, o superintendente do Sebrae/ES, Pedro Rigo, aponta que o fenômeno do empreendedorismo e da “imposição” das micro e pequenas empresas não é recente, mas sim uma alternativa desde o período de crises.
“Nós observamos essa participação efetiva da micro e pequena empresa na geração de postos de trabalho no Brasil desde a grande crise mundial em 2008. […] Isso vem se mantendo ao ponto da MPE participar de 85% da geração dos postos de trabalho no Brasil (como um todo). […] A MPE tem um papel fundamental de sustentar o saldo positivo na geração de empregos do país.”, disse Rigo. Assista a entrevista em vídeo.
Para a continuidade do desempenho positivo da MPE, Rigo reafirmou a necessidade dos governos, em todas as suas instâncias, participarem ativamente no processo de desenvolvimento de políticas específicas e centradas no fortalecimento do empreendedorismo.
“É certo que esse setor [empreendedor] precisa de apoio e de boas políticas públicas. Ele não para de pé se não tiver de fato suporte, um ambiente de negócios propício. As políticas existentes têm cumprido parte do seu papel, mas entendemos que precisa ser criado cada vez mais um ambiente propício” destacou o superintendente.
Uma das alternativas apresentadas pelo Governo Federal para estimular ainda mais o setor é a reativação do Ministério do Empreendedorismo. No último mês, por meio de Medida Provisória (MP), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou a reestruturação da pasta criada no governo de Dilma Rousseff (PT) e extinta nos governos posteriores.
“Por mais que alguns entendam que isso pode ter sentido ou não, quando num governo, e eu vou citar o caso do Espírito Santo, com a Aderes, você tem uma pasta especializada e focada na micro e pequena empresa há de se entender, e assim eu vejo, que tem sim uma oportunidade das práticas de políticas públicas estarem evidenciada nesta pasta. Porque você começa a criar um corpo técnico e um corpo diretivo focado em elaborar política de MPE, do crédito à desburocratização”, afirmou o gestor.
Na entrevista, Rigo apontou ainda os possíveis impactos da Reforma Tributária para o Espírito Santo, os desafios do Sebrae na interiorização de políticas para o empreendedor capixaba, além do trabalho integrado entre serviço de apoio e governo do Estado e projeções para 2024.
