No setor privado, muitas escolas não foram capazes de se manter e tiveram de encerrar as atividades de forma definitiva
Por Luciene Araujo e Marcelo Rosa
Muitas escolas foram obrigadas a fechar as portas; outras, tiveram que readequar o quadro de funcionários. O Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino do Espírito Santo (Sinepe-ES), informa não ter como calcular valores financeiros, mas admite que a pandemia da Covid-19 exigiu que as escolas adotassem essas ou outras ações para se manter no mercado.
O presidente do Sinepe-ES, Moacir Lellis, assinala que “esse período difícil também envolve perdas pedagógicas, emocionais e, como consequência, financeiras. O mais grave é que perdemos pessoas queridas e, no ambiente escolar, perdemos o convívio social, o que atingiu todo o setor educacional”, lamentou.
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Por sua vez, o superintendente do Sinepe-ES, Geraldo Diório Silva usa a emblemática frase: ‘nada será como antes’, para sintetizar a avaliação dele, em torno das consequências da pandemia.
“Acreditamos que, mesmo diante dessa turbulência, tudo serve como experiência. Podemos afirmar, com toda certeza, que ninguém e nenhum setor estavam preparados para viver algo tão devastador, em todos os sentidos”, analisa o superintendente.
Para ele, os segmentos que mais sofreram com os impactos da crise sanitária foram a educação infantil e o ensino superior. “Convém ressaltar que instituições de ensino particulares sempre fizeram o dever de casa: cumprem rigorosamente o protocolo de biossegurança, com o uso de máscara, álcool em gel, medidores de temperatura, tapetes sinalizadores, dentre tantas outras exigências”, defende Diório Filho.
Ainda assim, o superintendente do Sinepe estima que muitos alunos e profissionais de educação sofreram os impactos da pandemia, embora o Sindicato não disponha de dados específicos.
“Com a nossa persistência, conseguimos retomar nossas atividades do segmento educacional no final de setembro de 2020, nos reinventamos, nos adaptamos e crescemos, a cada dia. O ano continuou restrito ao protocolo de 2020. Mas, após as portarias 06 e 07, do governo do estado, as escolas particulares voltaram às atividades presenciais”, lembrou.
Estado foi o primeiro na volta às aulas presenciais
A rede estadual de ensino do Espírito Santo iniciou 2021, como terminou no ano anterior: com atividades presenciais e híbridas. Mas, os estabelecimentos de ensino do Estado encerraram o segundo ano de pandemia do Coronavirus com aulas presenciais, por determinação adotada, a partir de outubro, pela Secretaria de Estado da Educação (Sedu).
Para as atividades remotas, a Sedu contou com o Programa EscoLAR. Assim, foram mantidas aulas em todas as modalidades ofertadas pelo Governo. Em agosto, inclusive, o governador, Renato Casagrande, deu início à entrega dos chromebooks (notebooks) destinados aos 60 mil alunos matriculados no ensino médio e na Educação de Jovens e Adultos (EJA), da rede pública.
Ao todo, o Governo do Estado investiu R$ 144.769.800,00 na distribuição dos chromebooks, como parte da política de ampliação do uso de tecnologia e inovação nos processos educativos das escolas. “Os chromebooks vão ajudar na transferência de conteúdo, além de melhorar o aproveitamento do aprendizado nas aulas. Assim, vamos fomentando o ensino”, afirmou Casagrande, na ocasião.
Os professores da rede também foram contemplados. Receberam um benefício de R$ 5 mil para aquisição de computadores, além de uma ajuda de custo mensal de R$ 70 para apoio à contratação do plano de internet. Nessa ação, foram investidos R$ 55 milhões para beneficiar cerca de 15 mil profissionais da educação.
Funpaes: mais de R$230 milhões a municípios
O Governo do Estado anunciou, em outubro de 2021, a destinação de R$ 231.809.000,00 a 75 municípios capixabas que se inscreveram no edital do Fundo Estadual de Apoio à Ampliação e Melhoria das Condições de Oferta da Educação Infantil e do Ensino Fundamental no Espírito Santo (Funpaes).
Os recursos permitem investimentos em obras de construção, reforma e ampliação de unidades escolares, bem como nas aquisições do Sistema de Microgeração de Energia Elétrica (Fotovoltaica), além de equipamentos e mobiliários, recursos tecnológicos, veículos e instrumentos musicais.
“Somos o Estado que mais investiu na educação durante a pandemia. Estamos investindo em infraestrutura e tecnologia, fazendo uma verdadeira revolução na educação para recuperar os anos de 2020 e 2021”, ressaltou o governador, Renato Casagrande.
Para o secretário de estado da educação, Vitor de Angelo, a iniciativa reforça que as ações do Governo não ficam restritas aos investimentos em escolas estaduais, mas também contemplam o repasse de recursos aos municípios. “São mais de R$1 bilhão de investimentos nas cidades capixabas e na educação infantil. É uma transferência voluntária de recursos que vai permitir investimentos em obras, formações, compras de investimentos, dentre outros”, pontuou o secretário.
Paebes
A prova do Programa de Avaliação da Educação Básica do Espírito Santo (Paebes) 2021, foi aplicada nos dias 28 e 29 de outubro e o resultado deve ser divulgado, em fevereiro de 2022. O público-alvo foram todos os estudantes do 1º, 2º, 3º, 5º e 9º anos do Ensino Fundamental e da 3ª série do Ensino Médio da Rede Pública Estadual e municipal.
Também incluem o Movimento de Educação Promocional do Espírito Santo (Mepes) e amostral nas escolas privadas que aderiram. A avaliação é organizada pelo Centro de Políticas Públicas e Avaliação da Educação (CAEd), da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) e pela Sedu.
Ideb
O Espírito Santo alcançou, em 2019, a melhor avaliação do Ensino Médio da Rede Pública do País no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), dos últimos dez anos, conquistando destaque nacional. O resultado foi de 4,6 alcançando, inclusive 98% da meta (4,7), maior do que em 2017, quando o Estado alcançou 93% da meta. Na evolução total, em todo o Estado (redes municipal, estadual e privada) o Ideb alcançou nota 4,8.
Enem
Para o Enem 2021, no Espírito Santo, mais de 58 mil estudantes se inscreveram. Desse número, 57.713 para fazer a prova impressa e, 877, para fazer a prova de forma digital. As ausências foram de 29,9% e 52,5%, respectivamente, nessas modalidades.
Pronatec
Houve ampliação de vagas. A Sedu fez repactuação com o MEC. No segundo semestre de 2021 – ofertadas 700 vagas. Previsão da oferta de mais 660 vagas, em 2022.