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terça-feira, 23 abril, 2024

Pandemia faz mulheres adiarem planos de ter filho

Segundo um estudo realizado pela empresa Famivita, que desenvolve produtos ligados à fertilidade, 1 em cada 3 mulheres alterou seus planos de gravidez na pandemia

Por Adriana Del Ré (AE)

A bancária Aline Sousa Massoco Negrini, de 35 anos, e seu marido, o empresário Jair Negrini Júnior, de 38, que moram em São Paulo, tinham tudo programado para este ano. Depois de pensar muito, os dois, que já são pais de Felipe, de 5 anos, planejavam tentar engravidar novamente após uma viagem que fariam à Disney entre setembro e outubro. Com a pandemia, no entanto, o casal não só decidiu adiar a viagem como também a gravidez. “A gente tem receio, não conhece essa doença. Então, preferimos aguardar para quando tiver uma vacina ou souber mais a respeito da doença”, explica Aline. “Na nossa cabeça, adiamos para o ano que vem. Estamos pensando positivamente que, no máximo no começo do ano que vem, tenha mesmo uma vacina.”

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Assim como ocorreu com o casal, o novo coronavírus mudou os planos de gravidez de muitas brasileiras neste ano. Segundo um estudo realizado pela empresa Famivita, que desenvolve produtos ligados à fertilidade, 1 em cada 3 mulheres alterou seus planos de gravidez na pandemia. A pesquisa foi feita com cerca de 12 400 brasileiras, entre 18 e 23 de março. O Paraná foi o Estado com a maior porcentagem de mulheres que mudaram o planejamento (44%), enquanto Santa Catarina apresentou a menor taxa (24%).

A preocupação é legítima. É o que confirma Silvana Maria Quintana, coordenadora científica de Obstetrícia da Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo. De acordo com ela, “os estudos e as revisões da literatura têm apontado, que, durante a gestação – talvez pelas próprias modificações que o organismo necessita para aceitar a gestação e proporcionar ao bebê que ele se desenvolva -, essas adaptações podem facilitar que a mulher tenha um quadro mais grave da covid”. “Os estudos têm mostrado que as mulheres grávidas que adquirem a infecção têm mais possibilidade de hospitalização, de necessidade de unidade de terapia intensiva e de serem entubadas. A notícia boa é que não houve maior número de mortes quando comparadas gestantes com mulheres não grávidas”, explica Silvana. Mas se a decisão da mulher for engravidar agora, os cuidados devem ser os mesmos que valem para todos. “Evitar aglomerações, distanciamento social, higiene das mãos, usar máscaras, evitar contato com pessoas doentes.”

Fronteiras fechadas

As clínicas de fertilização in vitro também tiveram sua rotina afetada pela pandemia. Segundo Hitomi Nakagawa, presidente da Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida (SBRA), nos meses de abril e maio, cerca de 80% das clínicas estavam fechadas, parcial ou totalmente. “Dos quase 44 mil ciclos de fertilização in vitro do ano passado, estimamos estar retrocedendo aos patamares da época da epidemia de zika no País, em 2016, ou seja, menos de 35 mil ciclos. Sem dúvida, ainda dependerá da capacidade de os serviços de reprodução assistida conseguirem atender à demanda que ficou reprimida durante todos esses meses “.

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