Estado registra redução de 11% nos partos de adolescentes entre 10 e 19 anos em 2024, avançando na prevenção da gravidez precoce com programas educativos e ações integradas
Por Fabio Gabriel
O Espírito Santo alcançou em 2024 uma importante marca para a saúde pública: a redução de 11% nos partos de nascidos vivos de mães entre 10 e 19 anos em relação ao ano anterior. Foram registrados 4.977 partos, enquanto em 2023 o total foi de 5.549, conforme dados do Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos (Sinasc).
A conquista é resultado de esforços coordenados entre a Secretaria da Saúde (Sesa) e os municípios, com destaque para a Semana Nacional de Prevenção da Gravidez na Adolescência, realizada entre 1º e 7 de fevereiro. Durante o evento, ações educativas buscam conscientizar a população sobre os riscos da gravidez precoce e a importância da prevenção.

Segundo Letice Silva, ginecologista e obstetra da Rede de Atenção Materna e Infantil da Sesa, essas iniciativas representam um compromisso com a juventude. “Por meio de ações integradas, estamos promovendo conhecimento, acesso à saúde e autonomia, contribuindo para que adolescentes e jovens planejem suas vidas com mais segurança e qualidade”, destacou.
O Programa Saúde na Escola (PSE) é uma das principais frentes nessa missão. Presente em 1.955 escolas públicas dos 78 municípios capixabas, o PSE promove a conscientização sobre saúde sexual e reprodutiva, prevenção de infecções sexualmente transmissíveis e riscos da gravidez na adolescência.


Ações
Nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs), diversas ações reforçam a prevenção. São oferecidos métodos anticoncepcionais, preservativos, exames para infecções sexualmente transmissíveis e consultas individuais com orientações sobre saúde sexual. Grupos educativos também envolvem adolescentes, familiares e comunidades.

Os hospitais estaduais também participam dessa mobilização. O Hospital Infantil e Maternidade Alzir Bernardino Alves (Himaba) e o Hospital Dr. Jayme Santos Neves promovem rodas de conversa com pacientes e acompanhantes para discutir prevenção de gravidez precoce e conscientização sobre Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs).
Mesmo com os avanços, especialistas alertam que o problema ainda demanda atenção, especialmente em regiões vulneráveis. A gravidez precoce está associada a riscos graves, como complicações no parto, prematuridade e dificuldades socioeconômicas. As ações permanentes de prevenção seguem sendo fundamentais para assegurar a saúde e o futuro da juventude capixaba.