Márcio Magno assume função deixada por Eugênio Ricas; Delegado ganhou notoriedade no início da Lava Jato
Por Robson Maia
O delegado federal Márcio Magno Carvalho Xavier foi nomeado na última semana para o cargo de Superintendente da Polícia Federal (PF) no Espírito Santo. A oficialização de Márcio Magno era aguardada desde o início de abril, quando surgiram as primeiras especulações ao redor do substituto de Eugênio Ricas no cargo.
Márcio, que atuava há quase um ano na função no município do interior paulista, assumiu o cargo antes ocupado por Eugênio Ricas, que passou a chefiar a Secretaria de Segurança Pública (Sesp) no mês de fevereiro. A pasta vinha sendo comandada, de forma interina, pelo delegado Arcelino Vieira.
Formado em Direito, com ênfase no Direito Público, pelo Centro Universitário das Faculdades Metropolitanas Unidas, o delegado ingressou na PF ainda em 2009, acumulando experiências nos estados de São Paulo, no Rio de Janeiro e no Amazonas.
Márcio Magno ganhou destaque após pedir a abertura de um inquérito para investigação de supostas irregularidades, por parte de policiais federais, no início da operação Lava-Jato, ainda em 2016. Ele também requisitou a quebra de sigilo de membros da PF.
Segundo o relatório, divulgado pelo jornal Folha de São Paulo, o inquérito visava apurar a suspeita de comportamento ilegal por parte de agentes da PF em 2014, alegadamente utilizando Meire Poza, ex-contadora do doleiro Alberto Youssef, de forma informal como uma “agente infiltrada”, obtendo informações por meio de documentos e gravações.
A investigação também indicava a possibilidade de uma busca e apreensão simulada no escritório de Meire para legitimar as provas fornecidas por ela, a fim de serem utilizadas em processo penal. Meire era descrita como uma colaboradora informal que teria recebido vantagens dessa colaboração, embora sem formalização.
Inicialmente conduzidas em São Paulo e posteriormente transferidas para Curitiba (PR), as investigações foram encerradas e arquivadas em 2017, apesar da objeção do delegado Magno Xavier. No ano passado, por ordem judicial, o inquérito teria sido reaberto, mantendo-se sob sigilo.