Representantes de cooperativas de todo o Brasil decidiram as 25 diretrizes do Sistema OCB para o período de 2025 a 2030 na última quinta (16)
Por Otávio Gomes*
O futuro do coop brasileiro foi definido nesta quinta-feira (16), durante o 15º Congresso Brasileiro do Cooperativismo (CBC), em Brasília, no Distrito Federal (DF). Nele, os congressistas participaram de votação que definiu 25 diretrizes para guiar o planejamento estratégico do Sistema OCB no quinquênio 2025-2030.
As novas diretrizes estratégicas irão orientar os movimentos da associação que atua na defesa e no fomento do cooperativismo brasileiro nos próximos 5 anos. As novas 25 orientações foram escolhidas por votação entre as 100 propostas elaboradas em sessões temáticas e debates durante os três dias do evento, que começou na terça-feira (14).
O processo de escolha foi conduzido pela superintendente do Sistema OCB, Tania Zanella, e também pelo consultor da Falconi, Rodrigo Rodrigues. Os congressistas votaram atribuindo notas de 1 a 5, de acordo com suas prioridades, ao grupo de dez propostas por tema definidas no segundo dia do Congresso (15). Esse processo elegeu as duas propostas mais votadas de cada grupo temático e outras cinco entre as restantes, independentemente do tema.
Critérios para a escolha das novas diretrizes
A escolha das diretrizes prioritárias foi baseada no impacto e na urgência. Em outras palavras, os congressistas analisaram a capacidade da diretriz de promover o aumento da competitividade das cooperativas e do cooperativismo como um todo e o indicativo do quanto sua implementação é imediata e prioritária.
O que dizem as 25 diretrizes aprovadas pela OCB
COMUNICAÇÃO
1- Definir públicos estratégicos, selecionar canais de comunicação e adaptar a linguagem para atingir todos os públicos de forma eficaz, acessível e inclusiva.
2 – Promover ações de sensibilização e engajamento da comunidade escolar e da sociedade em geral sobre os princípios benefícios do cooperativismo, por meio de eventos, campanhas educativas e programas de educação continuada.
CULTURA COOPERATIVISTA
3 – Difundir o cooperativismo na educação formal brasileira em todos os níveis (do ensino básico ao técnico e superior), por meio de parcerias com a escolas, universidades e órgãos educacionais.
4 – Promover a formação das lideranças cooperativistas para fortalecer o seu papel como promotoras e multiplicadoras da cultura cooperativista dentro de suas organizações e no movimento.
ESG AMBIENTAL
5 – Comunicar à sociedade brasileira e internacional os impactos positivos das ações ambientais realizadas pelas cooperativas.
6 – Promover educação ambiental dos cooperados e colaboradores para conscientizar e orientar as práticas das cooperativas.
ESG GESTÃO
7 – Aprimorar as qualificações das lideranças e cooperados em gestão, fortalecendo as habilidades e conhecimentos para promoção de uma gestão eficaz, estratégica e orientada para resultados.
8 – Promover programas de incentivo para uma maior participação de jovens e mulheres na gestão da cooperativa.
ESG GOVERNANÇA
9 – Capacitar os dirigentes a fim de garantir uma cultura de tomada de decisão baseada em dados
10 – Promover a sucessão nas cooperativas, com diretrizes claras e aplicáveis, de forma a garantir a perenidade e a sustentabilidade dos negócios.
ESG SOCIAL
11 – Investir no desenvolvimento profissional e educacional dos cooperados e colaboradores, oferecendo oportunidades de aprendizado contínuo, programa de capacitação e incentivos para o aprimoramento de habilidades visando promover o crescimento pessoal e profissional de todos
12 – Realizar estudos que demonstrem os benefícios e impactos positivos da presença das cooperativas no desenvolvimento social das comunidades onde estão inseridas.
INOVAÇÃO
13 – Promover a prática da intercooperação como ferramenta para potencializar a inovação e reduzir custos com tecnologias nas cooperativas.
14 – Promover uma maior disseminação das soluções em inovação e tecnologia disponibilizadas pelo Sistema OCB para as cooperativas.
INTERCOOPERAÇÃO
15 – Ampliar a conscientização para o consumo dos produtos e serviços das cooperativas dentro do próprio sistema cooperativista.
16 – Promover eventos, encontros, feiras, intercâmbios e fóruns para fortalecimento da intercooperação entre diferentes ramos e cooperativas.
NEGÓCIOS
17 – Capacitar lideranças e equipes cooperativas para desenvolver uma mentalidade orientada para as necessidades dos clientes e/ou cooperados, com foco na agregação de valor.
18 – Expandir o uso de novas tecnologias e inovação, como inteligência artificial, pelas cooperativas para gerar automações, ganho de eficiência e impulsionar o crescimento dos negócios.
19 – Promover a prática da intercooperação como ferramenta para potencializar os negócios das cooperativas.
20 – Promover ações de educação e conscientização tanto para os cooperados quanto para as comunidades em geral, destacando os benefícios econômicos e sociais do cooperativismo como modelo de negócio estável.
REPRESENTAÇÃO
21 – Ampliar o relacionamento entre o sistema cooperativista e os três poderes, incluindo o Ministério Público e os tribunais de contas, na construção de legislações e políticas públicas de interesse do cooperativismo em âmbito estadual e nacional.
22 – Atuar junto ao Governo Federal para adequar a tributação do INSS de cooperado autônomo.
23 – Atuar pela defesa do ato cooperativo nas legislações, normativos tributários e decisões judiciais.
24 – Fortalecimento da Lei 5.765/71, com a modernização de dispositivos que ampliem a transformação digital e as fontes de financiamento das cooperativas.
25 – Reforçar fontes orçamentárias e adequar linhas de crédito oficiais para todos os segmentos de cooperativismo, garantindo a continuidade das atuais políticas de fomento ao modelo de negócio cooperativista.
*Sob supervisão de Erik Oakes