No primeiro semestre de 2024, as exportações do fruto cresceram 37%, gerando US$ 13,2 milhões
Por Gustavo Costa
Com uma produção de destaque no cenário global, o Espírito Santo se sobressai com produtos como o mamão, reconhecido por sua qualidade e quantidade. O Estado é líder nacional na produção e exportação do fruto. Em 2023, foram exportadas 14,3 mil toneladas pelo Espírito Santo, de um total de 37,85 mil toneladas do Brasil. No primeiro semestre de 2024, as exportações do fruto cresceram 37%, gerando US$ 13,2 milhões, segundo a Secretaria Estadual de Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca (Seag).
Devido a essa relevância, a cidade de Linhares sediou, em novembro, o 9º Simpósio do Mamão Papaya Brasileiro. O presidente da Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Papaya (Brapex), José Roberto Macedo Fontes, destacou a qualidade do mamão capixaba. “Temos a preocupação de trazer toda a pesquisa do setor sobre o arranjo produtivo do nosso mamão, que é o mais desejado do mundo e de melhor qualidade”, ressaltou.
O secretário de Agricultura, Enio Bergoli, também enfatizou a importância da fruta para as exportações capixabas. “O mamão é um importante item da pauta de exportações do agronegócio capixaba. O ano passado não foi muito bom, mas esse ano nós estamos retomando, deveremos chegar em 20 mil toneladas, pelo menos, exportadas pelo Espírito Santo”, explicou.
Exportações de mamão Período (Jan-Set) Valor (milhão US$) Volume (mil toneladas) 2023 14,9 9,9 2024 20,7 14,0
Exportações de mamão | ||
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Período (Jan-Set) | Valor (milhão US$) | Volume (mil toneladas) |
2023 | 14,9 | 9,9 |
2024 | 20,7 | 14,0 |
Mudanças do tempo preocuparam, mas preços se mantiveram estáveis
Apesar das adversidades climáticas, 2024 foi um ano equilibrado para o setor de hortifruti.
O diretor técnico e operacional da Ceasa-ES, José Mansur, avaliou o desempenho do mercado. “Tivemos problemas relacionados às mudanças climáticas, mas isso não comprometeu o fornecimento ou o abastecimento. É natural que ocorram variações de preços e quantidades no mercado”, afirmou.
Para o consumidor final, o grande problema foi a variação do clima durante o ano, mas os preços foram mantidos no geral de forma equilibrada, levando em consideração as variáveis causadas pela lei da oferta da procura.


De acordo com a Central de Abastecimento do Espírito Santo (Ceasa-ES), os preços dos produtos agrícolas oscilaram bastante, impactando de formas distintas produtores e consumidores.
A tangerina pokan foi destaque em 2024. A caixa custou, em média, R$ 40, uma valorização em relação a anos anteriores, quando chegava a apenas R$ 5. Esse desempenho reflete o reconhecimento da qualidade da produção capixaba.
Por outro lado, itens como quiabo e limão registraram altas expressivas, com preços variando entre R$ 100 e R$ 110 para o quiabo e R$ 150 para o limão.
A Ceasa-ES planeja mudanças em 2025. Entre as ideias estudadas estão a realização de feirões e parcerias diretas com produtores e lojistas, para que os consumidores tenham acesso a produtos de qualidade com preços mais acessíveis. Com essas estratégias, a expectativa é criar um ambiente mais transparente e eficiente, desdobrando em um mercado mais estável.
*Esta matéria foi publicada originalmente na revista ES Brasil 225, publicada em dezembro. Leia a edição completa da Retrospectiva 2024 aqui.