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sábado, 8 DE fevereiro DE 2025

Alimentos e bebidas têm alta e desafios

Produtores e indústrias de alimentos e bebidas enfrentam a necessidade de se adaptar às novas exigências do mercado e às inconstâncias climáticas

Por Cristiano Stefenoni

A força do agro capixaba, aliada às demandas cada vez mais exigentes dos consumidores, traz um misto de sucesso e desafio ao setor de alimentos e bebidas do Espírito Santo. Por um lado, há a projeção de encerrar o ano com um crescimento de 4,3%, bem acima da média nacional de 3%. Por outro, produtores e indústrias enfrentam a necessidade de se adaptar às novas exigências do mercado, às legislações vigentes e às inconstâncias climáticas.

De acordo com a presidente da Câmara Setorial das Indústrias de Alimentos e Bebidas da Findes, Simone Marconi, o crescimento no setor de alimentos e bebidas no Espírito Santo está diretamente relacionado ao impulso do agronegócio.

“Esse resultado positivo é impulsionado pelo excelente desempenho do setor agropecuário, que registrou um crescimento de 5,9%. A colheita favorável de produtos como café, pimenta, mamão e pescado também contribuiu significativamente para esses índices”, justificou Marconi.

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Além disso, a presidente ressalta que a cadeia de alimentos e bebidas registrou um crescimento de 2,4% no primeiro semestre de 2024, em comparação ao mesmo período de 2023. Contudo, apesar do crescimento, há o receio quanto aos desafios da economia.

“O aumento da taxa Selic e as incertezas na política econômica podem trazer transtornos e promover uma retração em toda a indústria”, pontua Marconi.

Outro ponto de atenção destacado por Simone é o clima.
Ela explica que, no Estado, as condições climáticas têm afetado o agronegócio de diversas maneiras, incluindo secas e queimadas que prejudicam especialmente a pecuária. “Chuvas excessivas podem devastar lavouras, enquanto as altas temperaturas favorecem o surgimento de pragas”, alerta.

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Perspectiva

Para 2025, a presidente explica que as indústrias de alimentos e bebidas poderão enfrentar regulamentações mais severas relacionadas à rotulagem, segurança alimentar e práticas de marketing. “A conscientização crescente sobre saúde e bem-estar continuará impulsionando a demanda por alimentos funcionais e bebidas nutritivas”, afirma Marconi.

Simone também enfatizou a importância da inovação e da tecnologia para o setor. “O avanço tecnológico, incluindo a automação, inteligência artificial e biotecnologia, terá um papel vital na produção e distribuição de alimentos”, justifica.

Outro desafio é quanto à sustentabilidade. “A pressão por práticas sustentáveis e responsáveis está crescendo. Consumidores e regulamentações exigem que as indústrias adotem métodos de produção que minimizem o impacto ambiental, como o uso de embalagens recicláveis e a redução das emissões de carbono”, justifica Marconi.

Indústria de alimentos em números

  • O Espírito Santo tem em seu parque industrial, aproximadamente, 105 empresas na fabricação de bebidas, distribuídas em: fabricação de malte (cerveja) e (whisky), aguardente, sucos, envasamento de água mineral, refrigerante, bebidas isotônicas, chás/mates e vinho;
  • Essas empresas empregam mais de 1370 funcionários e geraram, no primeiro semestre, US$1,8 bilhão (R$ 10 bilhões) em exportações;
  • Destaque também para o abate bovinos: saiu de 12.085 toneladas comercializadas no primeiro trimestre de 2023 para 17.567 toneladas no mesmo período em 2024, alta de 45,32%;
  • A cadeia de alimentos e bebidas registrou um crescimento de 2,4% no primeiro deste ano, em comparação ao mesmo período de 2023. O setor prevê uma alta de 4,3% em 2024. A média nacional foi de 3%.
  • *Esta matéria foi publicada originalmente na revista ES Brasil 225, publicada em dezembro. Leia a edição completa da Retrospectiva 2024 aqui.

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